Após vitória, Brasil manterá pressão por fim de Lei Antidesmatamento da UE
Legislação ameaça a exportação de produtos do agronegócio brasileiro e é alvo de críticas pelo setor e pelo governo
O governo brasileiro manterá a pressão diplomática sobre a União Europeia para que a Lei Antidesmatamento não seja implementada, mesmo após o bloco anunciar uma flexibilização do seu prazo de vigência.
“O sinal da União Europeia nos permite ter um tempo maior de preparação dos produtores brasileiros à lei, mas também continuaremos discutindo o seu mérito” disse à CNN o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa.
“Continuaremos negociando para garantir que nossos interesses sejam respeitados e que haja uma adaptação justa às novas regras”, adicionou.
Mais cedo, a Comissão Europeia anunciou que vai adiar a entrada em vigor da lei para 30 de dezembro de 2025, no caso das grandes empresas, e junho de 2026, em relação às micro e pequenas empresas. A justificativa é garantir uma implementação “suave” das medidas.
A legislação ameaça a exportação de produtos do agronegócio brasileiro e é alvo de críticas pelo setor e pelo governo. A lei prevê a proibição da importação de produtos originários de áreas que foram desmatadas a partir de 2022, mesmo em áreas em que o desmatamento é legalizado.
De acordo com ele, a proposta deverá ser aprovada pelo Parlamento Europeu, mas a expectativa é de que não haverá problemas.
“Claro que depende de aprovação do Parlamento Europeu, mas o corpo diretivo não faria a proposta se ela não pudesse ser aprovada”, disse.
Ele aposta que ainda neste mês de outubro o Parlamento Europeu deve apreciar a proposta.