Caso Ultrafarma: PT e PSOL pedem CPI e convocação de secretário da Fazenda
Operação do MPSP prendeu auditor fiscal da Receita estadual, proprietário da rede de farmácias Ultrafarma e o diretor da Fast Shop
A oposição ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) apresentou pedidos para que seja instalada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e que o secretário de Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo, Samuel Kinoshita, seja convocado para prestar esclarecimentos sobre a prisão de um auditor fiscal preso por suspeita de conceder benefícios tributários em troca de propinas de empresas como a Ultrafarma e a Fast Shop.
O pedido de CPI foi apresentado pelo deputado Reis (PT). Ele pede que seja investigada “a existência de um esquema de corrupção sistêmico envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, cujas vantagens indevidas recebidas podem alcançar o montante de aproximadamente R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais)”.
O pedido de convocação de Kinoshita, superior hierárquico do auditor, foi protocolado pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL).
“Requeiro, à Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a convocação do Sr. Samuel Kinoshita, Secretário de Estado da Fazenda, para que, perante esta Comissão Permanente, esclareça sobre as graves denuncias de favorecimento às empresas Ultrafarma e FastShop, praticadas por servidor do Departamento de Fiscalização da Secretaria Estadual da Fazenda, que teriam movimentado mais de R$ 1 bilhão em propina”, diz o deputado.
À CNN, ele disse: “Tentaremos aprovar na semana que vem. O caso é muito grave e vai ser difícil a Alesp ficar alheia a essa gravíssima denúncia.”
Na operação do MPSP (Ministério Público de São Paulo) de terça-feira foram presos o auditor fiscal da Receita estadual, Artur Gomes da Silva Neto, o proprietário da rede de farmácias Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes.
Segundo as apurações, o esquema teria rendido mais de R$ 1 bilhão em propina ao fiscal. A operação foi deflagrada pelo GEDEC (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos) e visa desarticular um grupo criminoso responsável por favorecer empresas do setor varejista.
Conforme a CNN revelou nesta quarta-feira, o MPSP e o auditor negociam uma colaboração premiada.
Em nota, a pasta informou que o secretário e o secretário-executivo compareceram ao Ministério Público e se colocaram à disposição para colaborar com as investigações. Eles solicitaram o compartilhamento das provas para a coordenação das investigações entre MP e Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp).
Procuradas, as empresas não se manifestaram.