Caio Junqueira
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Caio Junqueira

Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

Lula fez reunião de emergência fora da agenda sobre situação da Enel

Presidente convocou ministro e diretor-geral da Aneel para definir estratégia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o presidente da Aneel, Sandoval Feitosa, em uma reunião fora da agenda, na segunda-feira (15), para cobrar providências em relação aos apagões em São Paulo.

Participaram do encontro também o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; o secretário-executivo da pasta, Arthur Cerqueira; o secretário de Energia, João Daniel; além de outro diretor da Aneel, Gentil Sá, aliado de Silveira. A reunião não consta em nenhuma das agendas oficiais dos participantes.

Segundo relatos, Lula pediu que sejam apuradas as responsabilidades pelo apagão, independentemente de quem sejam os culpados — o setor público federal, estadual, municipal ou a própria empresa.

Também foi falado sobre a importância de o governo federal entrar firme e se posicionar nesse embate, tendo em vista seus potenciais efeitos político-eleitorais. Isso porque São Paulo é um reduto oposicionista e o maior colégio eleitoral do país.

Alexandre Silveira, por sua vez, teria aproveitado a oportunidade para dizer, na frente do presidente, que a situação só chegou ao estágio atual por culpa da Aneel.

A reunião precedeu a ida de Silveira a São Paulo e a mudança de tom dele em relação aos apagões.

Até então, ele vinha defendendo a renovação da concessão da Enel em São Paulo e concentrando suas críticas na Prefeitura de São Paulo e na falta de podas em árvores, o mesmo discurso adotado pela Enel.

Após a reunião, Silveira realinhou seu discurso e o tornou mais próximo ao de Tarcísio e Nunes, que vêm defendendo a intervenção federal na concessão da Enel. Os três disseram, após o encontro, que a Aneel irá decretar a caducidade do contrato.

Nesta quarta-feira (17) a própria Aneel anunciou que o processo está sendo verificado dentro de outro já instaurado, uma forma de acelerar o fim do contrato.