Testemunha deve depor sobre registro de entrada de Filipe Martins nos EUA
Dados ajudaram a embasar prisão e posterior indiciamento pela PF no inquérito da chamada trama golpista

Uma testemunha com acesso técnico aos sistemas da agência responsável pela segurança alfandegária e migratória dos EUA deverá depor em julho para tentar ajudar a detalhar de que forma foi inserido no sistema o registro de entrada nos Estados Unidos em nome de Filipe Martins, datado de 30 de dezembro de 2022.
A testemunha será ouvida dentro de processos que a defesa de Martins abriu nos Estados Unidos para apurar a fraude.
A expectativa é a de que por meio dessas ações seja provada que foi inserida no registro de entrada e saída de pessoas dos Estados Unidos a informação falsa de que Martins deu entrada no país no dia 30 de dezembro de 2022, o que acabou ajudando a embasar sua prisão e posterior indiciamento pela Polícia Federal (PF) no inquérito da chamada trama golpista. Martins ficou preso preventivamente por seis meses em razão desse registro.
A expectativa de aliados de Martins é comprovar que que a obtenção e o uso desses dados por autoridades brasileiras violou tratados de cooperação jurídica internacional (MLAT), que regula o intercâmbio legal de informações entre os dois países.
Além disso, seus interlocutores avaliam que que as potenciais revelações da testemunha possam fazer com que o caso chegue a instâncias como o Departamento de Justiça dos EUA, o Congresso americano e organismos internacionais de defesa dos direitos humanos.
Isso porque a percepção no seu entorno é de que, em vez de seguir os canais oficiais, os dados teriam sido acessados de forma clandestina.