Clarissa Oliveira
Blog
Clarissa Oliveira

Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

Dinheiro no bolso, social e segurança: o que virá na nova comunicação de Lula

Estratégia será detalhada em evento no próximo dia 2 de abril, que pretende ser uma virada na divulgação da gestão

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante posse dos novos ministros da Saúde e da Secretaria de Relações Institucionais  • Reprodução/Gov
Compartilhar matéria

As novas diretrizes da comunicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem contemplar ao menos três eixos: o aumento da renda – na linha de garantir dinheiro no bolso do trabalhador; a assistência básica em áreas como Saúde, Educação e programas sociais; e segurança pública. Os detalhes da estratégia, que está sendo desenhada pela equipe do ministro Sidônio Palmeira, serão divulgados em evento marcado para 2 de abril.

O plano de comunicação vai reunir novas campanhas publicitárias do Executivo e será uma espécie de linha-guia a ser seguida por ministérios e demais estruturas de governo. O conceito por trás dessa estratégia é a ideia de que o Brasil está dando a volta por cima. Embora a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo ainda esteja definindo quais medidas receberão maior destaque, alguns programas e realizações dos dois primeiros anos da gestão já estão garantidos na lista.

A rubrica de renda é tida neste momento como altamente estratégica, por conta do forte impacto da inflação na popularidade de Lula. A estrela do plano deve ser a proposta de reforma do Imposto de Renda, enviada ao Congresso para viabilizar a isenção para quem ganha até R$ 5 mil e prometida por Lula ainda na campanha de 2022. Mas estarão sob esse guarda-chuva também medidas como ampliação do crédito consignado e o aumento do emprego com carteira assinada.

Na segunda frente, realizações na área de Educação, como Pé-de-Meia e ampliação do ensino integral, dividirão espaço com programas da Saúde, como a ampliação do acesso a especialidades. Além disso, serão contempladas também marcas históricas da gestão petista, como o Bolsa Família e Farmácia Popular.

Já a área de segurança deve contar com destaques como a PEC da Segurança Pública. O governo quer contemplar também o que considera um dos principais motivos do mau humor do brasileiro nessa área: o aumento do roubo de celulares.

Um ponto central do novo plano deve ser a linguagem. A ideia é que as peças publicitárias sejam de fácil compreensão por parte da população. Um exemplo que tem sido usado nas reuniões internas é o número de famílias que deixaram a linha da pobreza na gestão petista. Em vez de falar em milhões de pessoas alcançadas, a ideia é contar quantos campos de futebol seria possível encher com todos os brasileiros que ascenderam socialmente.

O diagnóstico feito pelo governo é de que o slogan adotado na primeira metade do governo - baseado no lema “União e Reconstrução” - sugere que problemas herdados pela atual gestão ficaram no passado. Há neste momento o desejo de mostrar à população que Lula assumiu em um cenário adverso, mas avançou na direção de uma solução.