Governistas acusam ataque ao STF e falam em “proteger” Alexandre de Moraes
Após reportagem sobre suposto uso indevido do TSE em inquéritos, ministros de Lula e presidente do PT saíram publicamente em defesa do ministro do Supremo
Aliados próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e integrantes do meio jurídico ligados ao PT ouvidos pelo blog saíram em defesa do ministro Alexandre de Moraes, após uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo apontar o suposto uso informal da estrutura da Justiça Eleitoral para subsidiar investigações contra bolsonaristas.
Sob reserva, aliados de primeira hora do presidente acusaram uma tentativa de “ataque” ao Supremo Tribunal Federal (STF). E apontaram a necessidade de proteger a imagem de Moraes como um “defensor da democracia”. Um ministro ouvido chegou a falar em “contaminação” do noticiário sobre o assunto, alegando se tratar de munição para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No entorno de Lula, a avaliação é que o caso possui pouco impacto do ponto de vista jurídico, mas tem potencial político relevante. Um amigo do presidente disse ao blog que há preocupação com um acirramento da polarização. Para essa fonte, as mensagens trocadas por subordinados de Moraes e listadas na reportagem devem alimentar as redes bolsonaristas com a tese de que estaria em andamento uma “Vaza Jato da direita”.
Além de defenderem nos bastidores uma ação orquestrada para blindar Moraes, alguns altos integrantes do governo saíram publicamente em defesa do ministro. O advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que reforçou a defesa de Lula na Lava Jato, estão entre os que foram às redes sociais em apoio a Moraes. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, também engrossou o coro.
Moraes: procedimentos foram oficiais, regulares e estão documentados
Em nota sobre o episódio, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes esclareceu que, no curso das investigações, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao TSE. “Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais”.
“Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República”, encerra o texto.