Bolsonaristas temem esvaziamento do 7/9 com combinações atípicas
Discurso de Bolsonaro, na Avenida Paulista, será focado em liberdade de expressão e tratará sobre bloqueio do X
Bolsonaristas temem que o ato de Sete de Setembro organizado pelo pastor Silas Malafaia na Avenida Paulista, em São Paulo, tenha dificuldades de mobilizar apoiadores por uma combinação atípica de fatores.
O primeiro ponto, segundo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é que o evento será realizado em um sábado. Embora seja feriado, é considerado por organizadores como um dia de menor adesão em manifestações de rua do que os domingos.
Outro fator de atenção é a lotação prevista para o fim de semana em São Paulo. Na avaliação de interlocutores de Bolsonaro, a partida de futebol americano que será realizada na sexta-feira (6), no Itaquerão, aumentou a ocupação da rede hoteleira e ainda inflacionou os preços.
A presença do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), que tem milhares de fãs aguerridos, ainda é dada como incerta.
Empatado com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), ele lidera pesquisas de intenção de votos.
Organizadores avaliam que a presença dele poderia ajudar a levar mais gente para a Paulista, mas observam preocupação por parte da campanha de Marçal de que, ao participar do ato, ele possa sofrer alguma implicação com a Justiça Eleitoral.
De toda forma, mesmo que a presença não seja tão maciça quanto foi na manifestação de fevereiro, as expectativas continuam altas porque a mensagem política que os bolsonaristas querem passar não depende só do número de pessoas nas ruas.
O discurso de Bolsonaro será focado na liberdade de expressão. Fará parte da fala do ex-presidente o bloqueio da rede social X pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e confirmado na primeira turma do STF.
A avaliação é que essa medida servirá para fermentar o Sete de Setembro na mesma medida em que a comparação feita no início do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a resposta de Israel ao ataque do Hamas com holocausto também incendiou o evento bolsonarista.