Fernanda Magnotta
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Fernanda Magnotta

PhD especializada em Estados Unidos. Professora da FAAP, pesquisadora do CEBRI e do Wilson Center. Referência brasileira na área de Relações Internacionais

Análise: Medidas de Trump elevam tom punitivo contra países do Brics

Estratégia visa punir nações como Brasil e Índia por manterem diálogo com russos, elevando caráter punitivo das sanções e afetando relações comerciais sensíveis

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O presidente Donald Trump sinalizou a intenção de impor sanções a países do Brics, especialmente à Índia, devido às suas relações comerciais com a Rússia. A medida se insere em uma estratégia conhecida no comércio internacional como "tarifas secundárias", que visa punir nações que mantêm diálogo com países-alvo de sanções primárias.

As tarifas secundárias funcionam de forma triangular: em vez de impor restrições diretamente a um país específico, os Estados Unidos aplicam punições a terceiros que mantêm relações comerciais com a nação que se pretende pressionar.

Do ponto de vista geoestratégico, o bloco dos Brics tem se mostrado uma fonte de preocupação para Trump. Durante a última cúpula do grupo no Rio de Janeiro, o político americano já havia manifestado a possibilidade de impor tarifas adicionais, especialmente considerando o contexto da guerra na Ucrânia e as dificuldades de negociação com o governo russo.

Para o Brasil, as consequências dessas possíveis sanções secundárias podem ser particularmente danosas. O país mantém relações comerciais sensíveis com a Rússia, especialmente no setor do agronegócio, com destaque para a importação de fertilizantes. Além disso, o Brasil possui importantes vínculos comerciais com outros membros do Brics no setor de alimentos.

A estratégia de Trump aparenta ter como objetivo pressionar países do Brics a reduzirem suas ambições internacionais, utilizando o comércio como instrumento de poder geopolítico.

Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNNClique aqui para saber mais.