Governo vê oportunidade a café brasileiro com conflito Colômbia-EUA
Aumento da tarifa sobre o país sul-americano pode ajudar em negociação para exceção a produto brasileiro
O governo brasileiro avalia que o conflito entre Estados Unidos e Colômbia pode ajudar na negociação para que o café brasileiro entre na lista de exceções do tarifaço de Donald Trump.
O produto colombiano é um dos maiores concorrentes do brasileiro nos Estados Unidos. Hoje, o café brasileiro é sobretaxado em 40%, enquanto o produto colombiano tem tarifa de 10%.
Os Estados Unidos importam mais de 99% de seu café. A maior parte vem do Brasil — 30,7% - seguido por Colômbia(18,3%) e Vietnã (6,6%).
O diagnóstico é de que a ameaça de Trump de aumentar a tarifa contra a Colômbia tende a encarecer ainda mais o produto nos Estados Unidos.
Por isso, a defesa no governo brasileiro é de que na conversa com o presidente americano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforce que o café brasileiro entre na lista de exceções para na penalizar o consumidor americano.
A expectativa é de que Trump e Lula se reúnam no próximo domingo (26) na Malásia, durante a cúpula dos países do Sudeste Asiático.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se encontrou com o encarregado de negócios dos Estados Unidos em Bogotá nesta segunda-feira (20), enquanto os dois países tentavam apaziguar uma crise diplomática.
A situação foi desencadeada pela ameaça do presidente dos Estados Unidos de impor novas tarifas e sua acusação de que Petro é um "líder do tráfico de drogas".
Além da negociação comercial, a expectativa é de que o encontro entre Trump e Lula trate também da Venezuela.
No Palácio do Planalto, há a defesa de que Lula se ofereça para ser mediador do conflito entre Donald Trump e Nicolas Maduro.
O petista, no entanto, não pretende se alinhar à defesa dos Estados Unidos pela derrubada do ditador venezuelano.