Brasil receia pressão de Trump contra metas climáticas
Governo brasileiro considera que pressão dos Estados Unidos pode atrapalhar compromissos climáticos
O governo brasileiro receia que a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra as metas de emissão de gás carbônico possa atrapalhar a COP30, em Belém.
A avaliação é de que se o presidente americano conseguiu obter vitórias no campo econômico, com o tarifaço à União Europeia e à China, uma pauta mais frágil como a do meio ambiente poderá ser afetada.
Por isso, nos bastidores, o governo brasileiro não lamenta a provável ausência do americano na COP30. No entanto, considera que as nações ricas podem reduzir suas pretensões climáticas diante de ameaças dos Estados Unidos.
Um importante negociador do governo brasileiro ressalta que se até mesmo o sistema financeiro, que é sólido no mundo inteiro, foi abalado por Trump, imagine compromissos ambientais, que não são cumpridos à risca por nações do mundo todo.
Por isso, a estratégia de bastidor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido a de tentar trazer para o evento mundial lideranças de peso, que ajudem a fazer uma espécie de contra-peso ao movimento do americano.
O governo brasileiro deve reafirmar o convite para o evento, em novembro, por exemplo, do Papa Leão XIV e do Rei Charles, do Reino Unido. A ideia é também tentar trazer atores de relevo, como Leonardo diCaprio e Mark Ruffalo.
Trump tem atuado para interromper a transição energética nos Estados Unidos e pressionando países desenvolvidos a flexibilizar as metas climáticas.
O americano atuou no Congresso dos Estados Unidos a acabar com o apoio federal a veículos elétricos e às energias solar e eólica.
O presidente Donald Trump não está apenas trabalhando para interromper a transição dos combustíveis fósseis nos Estados Unidos. Ele está pressionando outros países a relaxarem seus compromissos de combate às mudanças climáticas e, em vez disso, queimarem mais petróleo, gás e carvão.
Trump, que se uniu aos republicanos no Congresso para destruir o apoio federal a veículos elétricos e à energia solar e eólica, está aplicando tarifas, impostos e outros mecanismos da maior economia do mundo para induzir outros países a queimarem mais combustíveis fósseis.
Sua animosidade está focada principalmente na indústria eólica, que é uma fonte de eletricidade bem estabelecida e em crescimento em vários países europeus, assim como na China e no Brasil.