Isabel Mega
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Mineira, gosta de uma boa prosa. Filha do rádio, ouve, observa e explica as complexidades da política direto de Brasília

Brics vai lançar carta de intenções para a COP30

Articuladores da conferência do clima esperam uma pauta climática mais ambiciosa do grupo

Carta é articulada pelos diplomatas dos países que compõe o Brics e acompanhada de perto por entidades do terceiro setor, como o Instituto Igarapé  • Foto: Carlos Moura/Agência Senado
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A Cúpula do Brics, que começa neste domingo (6), no Rio de Janeiro, vai formalizar uma carta de intenções dos países-membros para a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que será realizada em novembro, em Belém.

Em 2025, o Brasil ocupa a presidência simultânea do Brics e da COP 30. Com a Cúpula do Brics esvaziada pela ausência dos chefes máximos de países como China, Rússia, Egito e Irã, as expectativas se voltam para usar a agenda para chamar atenção para a COP e para o protagonismo brasileiro na condução de discussões climáticas.

É a primeira vez que uma reunião do grupo deve produzir uma declaração do tipo. A carta é articulada pelos diplomatas dos países que compõe o Brics e acompanhada de perto por entidades do terceiro setor, como o Instituto Igarapé.

A diretora adjunta de programas da entidade, Laura Trajber Waisbich, defende que os líderes deem sinalizações mais ambiciosas de apoio ao multilateralismo climático.

"Os Brics tem um potencial de cooperação, financiamento e investimento em clima e natureza ainda sub-explorado. E o Brasil precisa de um Brics mais ambicioso na pauta climática para entregar o que precisa ser entregue na COP30. É hora de trazer os Brics para o mutirão global pelo clima", avalia Laura.

Um dos focos esperados para a carta de intenções é sobre o chamado coletivo para o financiamento climático, assunto que será um dos principais debates da COP, sobretudo depois do fracasso da última conferência em Baku, no Azerbaijão.

Na COP29, o valor ficou em US$ 300 bilhões e a busca por US$ 1,3 trilhão em investimentos ficou de herança para a COP30.

"Esperamos que a declaração inédita seja concreta em relação às contribuições que os países do grupo – muitos dos quais grandes economias do Sul Global – podem dar para destravar o financiamento climático global", afirma a diretora adjunta de programas do Instituto Igarapé.