Após prisão domiciliar de Bolsonaro, Valdemar convoca reunião no PL
Presidente do partido está reunido com lideranças para discutir reações à determinação do STF
O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, chamou integrantes da legenda para uma reunião de emergência após a determinação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O líder da bancada na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), foi um dos convocados e desembarcou em Brasília no início da noite desta segunda-feira (4), logo após a notícia, indo direto para a sede do partido.
Antes, ele disse à CNN que a decisão do (STF) Supremo Tribunal Federal "só expõe a ditadura imposta pelo ministro Alexandre de Moraes ao país".
Vários parlamentares se programam para antecipar a volta a Brasília o quanto antes para se reunirem. Alguns pretendiam chegar somente entre terça e quarta-feira.
"Diante dos acontecimentos, não tem como ficar aqui no Rio de Janeiro. Não é hora de ficar fora de Brasília. É natural que todas as lideranças estejam em Brasília e estejam no PL. É o que farei amanhã (05) na primeira hora", afirmou à CNN o líder do partido no Senado, Carlos Portinho (RJ).
Em uma nota assinada em conjunto, os líderes da oposição afirmam que a imposição de prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro é "uma decisão ilegítima, nula de origem e sem qualquer valor jurídico real."
Confira abaixo a manifestação na íntegra:
"A imposição de prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro é uma decisão ilegítima, nula de origem e sem qualquer valor jurídico real. Foi proferida por um ministro da Suprema Corte que está sancionado internacionalmente pela Global Magnitsky Act, por graves violações de direitos humanos e abuso de autoridade. Um agente público com esse histórico não possui mais legitimidade moral nem jurisdicional para decidir o destino de qualquer cidadão — muito menos de um ex-presidente da República.
É importante frisar: toda essa situação absurda foi provocada por Alexandre de Moraes. A primeira decisão, que impôs medidas cautelares confusas, arbitrárias e juridicamente questionáveis, foi o estopim de uma crise institucional fabricada por ele próprio. Moraes cavou essa situação ao extrapolar suas funções, impor restrições sem base legal clara e deixar o país em estado de insegurança jurídica. Essa origem viciada compromete toda e qualquer medida posterior, incluindo a prisão domiciliar decretada hoje.
A gravidade se intensifica diante das denúncias reveladas por jornalistas de renome internacional, que apontam a existência de um gabinete paralelo de investigações operado por Moraes, com a fabricação de provas, perseguições políticas e total usurpação das competências legais de outros poderes e órgãos da Justiça.
Não por acaso, essa nova decisão ocorre logo após uma das maiores manifestações populares da história recente, com mais de um milhão de brasileiros indo às ruas para exigir o impeachment de Alexandre de Moraes. O recado das ruas foi claro: o povo não aceita mais abusos de poder.
Bolsonaro não foi preso por corrupção, por desvio de verbas, por rachadinhas ou por roubar aposentados. Foi preso por assistir, de um celular alheio, manifestações pacíficas em sua defesa. Isso é inaceitável.
Diante do agravamento dessa escalada autoritária, o Senado Federal tem a obrigação institucional e moral de agir. É urgente a abertura imediata de um processo de impeachment contra Alexandre de Moraes, antes que o Brasil mergulhe na maior crise política, econômica e social de sua história recente.
Senador Rogério Marinho (PL-RN) - Líder da Oposição no Senado
Deputado Federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) -
Líder do PL
Deputado Federal Zucco (PL-RS) - Líder da Oposição na Câmara dos Deputados"



