Brasil tem média de 2 policiais militares por mil habitantes e déficit de 180 mil PMs e 57 mil policiais civis

O Brasil dispõe em média de 2 policiais militares a cada mil habitantes, conforme estudo divulgado nesta terça-feira (27) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ao considerar os estados e o Distrito Federal, responsáveis pelas Polícias Civil e Militar, 17 unidades federativas superam esse índice e 10 ficam abaixo.

O levantamento aponta ainda que nas duas corporações há mais de 30% das vagas previstas não preenchidas. Isso resulta em um déficit de 180 mil policiais militares (30,7% dos cargos) e 57 mil civis (37%) em todo o país. Além de problemas de gestão por parte dos governos estaduais, uma das hipóteses para isso reside na baixa remuneração dos agentes de segurança.

Embora a taxa de policiais por mil habitantes seja um critério para comparação entre países ou estados, não é sinônimo de políticas de segurança pública mais efetivas no combate à violência.

O relatório chama a atenção ao fato de que o Amapá, estado com maior contingente per capita (4,2 agentes por mil habitantes), registra a maior taxa de homicídios do país (50,6 casos por 100 mil habitantes). Em contrapartida, Santa Catarina tem a menor proporção de PMs pela população (1,3 policial) e a segunda menor taxa de mortes violentas do país (9,1 assassinatos por 100 mil pessoas).

Baixa remuneração

Em comparação a outros sete países, os policiais brasileiros são os de menor salário. A metodologia do Fórum Brasileiro de Segurança Pública adota como parâmetro a renda bruta média e o câmbio de 2022, para se chegar à paridade de poder de compra de cada valor.

Um policial dos EUA ganha em média 39,7% mais que um brasileiro, proporção que sobe para 78% quando a comparação é feita com um policial francês. Policiais do Chile de da Alemanha são os que mais se aproximam dos brasileiros, mas ainda assim estão à frente no quesito da remuneração. No estudo, em média o policial brasileiro ganha R$ 9,5 mil.