Iuri Pitta
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Iuri Pitta

Jornalista, mestre em administração pública e governo e professor universitário. Atuou como repórter, editor e analista em coberturas eleitorais desde 2000

Impasse em emendas põe esforço concentrado em xeque

Cronograma de projetos como reforma tributária e compensação da desoneração será termômetro entre deputados

Fachada do Palácio do Congresso Nacional. O Palácio do Congresso Nacional é um dos pilares da arquitetura monumental de Niemeyer que dão forma à capital inaugurada em 1960. Construído em terreno elevado, é visto de longe como culminância da avenida Eixo Monumental, que abriga a Esplanada dos Ministérios e atravessa a cidade de norte a sul. Sede das duas Casas do Poder Legislativo e um dos mais famosos cartões postais do Brasil, o Palácio do Congresso Nacional é composto por duas cúpulas e duas torres de 28 andares, que abrigam a Câmara dos Deputados e o Senado Federal Foto: Leonardo Sá/Agência Senado
O assunto causa divergências entre s Três Poderes  • Leonardo Sá/Agência Senado
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A insatisfação de deputados e senadores com os rumos da negociação em torno das emendas parlamentares, envolvendo os Três Poderes, coloca em xeque a mobilização da Câmara e do Senado nas semanas de esforço concentrado, em especial entre os deputados. Há previsão de votações na próxima semana na Casa, a depender de acordo entre os líderes em reunião na terça-feira.

Nesse ambiente tensionado, o cronograma de dois projetos prioritários do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) servirá de termômetro da insatisfação com a decisão do Supremo Tribunal Federal que suspendeu o pagamento das emendas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), participaram da reunião na Corte na terça-feira com ministros do STF e do Executivo, mas congressistas externaram descontentamento com os rumos da negociação.

Um deles é a segunda proposta que regulamenta a reforma tributária, sob relatoria do deputado Mauro Benevides (PDT-CE). Nesse caso, há ainda uma queixa na Câmara de que não faria sentido acelerar essa votação se o governo retirar a urgência da primeira regulamentação, que já foi aprovada pelos deputados e está em tramitação no Senado, que quer mais tempo para discutir o texto.

Outro projeto, desta vez já aprovado pelos senadores e que será apreciado pelos deputados, é o da compensação da desoneração da folha de pagamento. Integrantes da cúpula da Câmara avaliam que o ritmo de tramitação desse texto também pode ser afetado pelo clima de insatisfação na Casa, mesmo com o prazo dado pelo STF para o Congresso indicar as receitas que compensem o efeito fiscal do benefício, estimado em R$ 26 bilhões em 2024 e com redução gradual nos próximos anos até ser encerrado, em 2027.