Debate em Salvador será palco para ex-aliados políticos e deve refletir polarização nacional
Atual prefeito e vice-governador disputam eleitorado de Lula e Bolsonaro e são favoritos em pesquisas de intenção de voto
O primeiro debate entre os pré-candidatos à disputa pela Prefeitura de Salvador promete ser marcado pela polarização já presente no cenário político nacional e estadual.
Os favoritos ao cargo no Palácio Tomé de Souza contam com o apoio do PT, do atual governador Jerônimo Rodrigues, e do grupo liderado por ACM Neto, no União Brasil. No páreo estão as ideias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O atual prefeito Bruno Reis (União Brasil) desponta nas pesquisas para reeleição. A chapa com a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) encabeça a maior coligação da eleição baiana. São, ao todo, 12 legendas: União Brasil, PDT, PP, Republicanos, PSDB, Cidadania, PL, DC, PRD, Novo, PMB, PRTB e PMN.
O nome conta com o apoio do PL, de Bolsonaro. A negociação com o partido driblou as candidaturas do ex-ministro João Roma (PL) e de Luciana Buck, do Novo. E tem como fiador o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento.
Apesar do apoio, Reis tem evitado discursos extremados do lado bolsonarista. Em eventos, tem preferido exaltar feitos de sua gestão, mas pode ser cobrado pelos rivais por medidas envolvendo o transporte público da capital baiana.
Do outro lado, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) é o representante do maior grupo de oposição da história baiana. Na dobradinha chapa com a petista Fabya Reis (PT), a dupla lidera a coligação formada por 10 partidos: MDB, PSD, PSB, Avante, Podemos, Solidariedade, Agir e a federação PT, PCdoB e PV.
Há 18 anos no governo estadual, o PT nunca assumiu o comando da capital. A chance pode vir ao lado do emedebista Geraldo Júnior, que já foi aliado de ACM Neto e agora está do outro lado.
Apadrinhado pelo líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT), Geraldo Júnior ainda tenta atrair os eleitores de esquerda mais ligados às ideias do sindicalista Kleber Rosa, do PSOL.
O ex-vice governador não contou com foto ao lado do presidente Lula, nem mensagens de apoio direto na convenção que chancelou seu nome na corrida eleitoral. Ainda assim, deve abordar temas caros ao eleitorado de esquerda, como políticas voltadas às mulheres e ao meio ambiente.