Jussara Soares
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Jussara Soares

Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

Ordem na campanha de Nunes é ignorar Marçal

Avaliação é de que o empresário usa críticas ao atual prefeito para se promover para 2026

Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB)  • ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO/RUBENS SUZUKI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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A ordem na campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é ignorar Pablo Marçal (PRTB). A determinação tenta evitar dar palanque ao empresário. O pedido é para que não se fale do candidato do PRTB nem mesmo nos bastidores.

A avaliação é de que, após ser derrotado nas urnas, Marçal seguirá buscando oportunidades para se projetar para a disputa do governo de São Paulo ou à Presidência, em 2026.

A nova orientação na campanha veio após a entrevista coletiva concedida por Marçal na noite de terça-feira (8), em que o empresário exigiu não apenas uma retratação do prefeito, mas também do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e até do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

As declarações de Marçal irritaram a equipe de Nunes e foram consideradas uma "molecagem" do influencer e de seu aliado, Filipe Sabará.

Horas antes da entrevista coletiva, Sabará havia conversado por telefone com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e disse que um apoio de Marçal dependeria de uma pedido de desculpas do prefeito e que ele retirasse as acusações sobre ligações do empresário com o crime organizado. Na ocasião, não mencionou outras pessoas.

A campanha de Nunes chegou a publicar uma nota assinada pelo prefeito dizendo que o primeiro turno houve "destempero" e "excessos", embora não citasse diretamente Marçal.

Como mostrou a CNN, o governador atendeu um pedido do presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi, para que falasse com aliado de Marçal.

Filipe Sabará havia procurado o advogado Fabio Wajngarten na segunda-feira (7), após Nunes dizer que não buscaria o apoio de Marçal.

Apesar da ordem silenciar sobre o influenciador, o prefeito durante agenda de campanha voltou a citá-lo, após Marçal dizer que seu eleitores podem votar em Guilherme Boulos (PSOL).

"Ele é muito ruim de prognóstico. Ele disse que não ia ter segundo turno, pra ele, então, que ele acerte de novo", disse Nunes, afirmando ter "grande expectativa" de que o eleitor do Marçal o apoiará.