Jussara Soares
Blog
Jussara Soares

Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

Cotado para o STF, Pacheco é "plano A" do PT em Minas

Aliados defendem que Lula avalie questões eleitorais e alianças no estado antes de fazer indicação para a Corte

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente do Senando, Senador Rodrigo Pacheco, durante cerimônia de anúncios de investimentos do Governo Federal para Minas Gerais, no Minascentro. Belo Horizonte - MG.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente do Senando, Rodrigo Pacheco  • 28/06/2024 - Ricardo Stuckert/PR
Compartilhar matéria

Cotado para a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é considerado o "plano A" do PT para a disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026.

De olho no xadrez eleitoral, aliados afirmam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá avaliar as questões regionais e as possíveis alianças antes de tomar uma decisão sobre a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso na semana passada.

Esse, aliás, é um dos motivos para que o advogado-geral da União, Jorge Messias, seja considerado favorito para a vaga. Além disso, o ministro é um nome de confiança de Lula e evangélico, o que poderia ser um aceno ao segmento religioso.

A avaliação de petistas é que o ex-presidente do Senado é quem reúne as melhores condições para fazer um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do país para a campanha de reeleição de Lula.

De acordo com integrantes do PT, pesquisas internas apontam a viabilidade de Pacheco na disputa pelo governo mineiro.

Na leitura de entusiastas da candidatura do senador, Pacheco, filiado ao PSD, pode atrair siglas de centro para a chapa, criando um arco de alianças maior em Minas Gerais. Nesse caso, o PT tem reivindicado ficar com a vaga de candidato ao Senado.

Aliados de Pacheco, sob reserva, também apostam que a candidatura ao governo de Minas Gerais pode ser a melhor opção neste momento, mas isso depende da construção de uma coligação forte com Lula no estado.

Interlocutores do PT e do ex-presidente do Senado ponderam que Lula pode adiar a decisão sobre a vaga de Barroso até ter mais clareza sobre a situação em Minas Gerais. Há, porém, a expectativa de que o presidente não deve demorar a anunciar o seu escolhido.

No início de setembro, no lançamento do programa Gás do Povo, Pacheco foi chamado de "futuro governador de Minas Gerais" pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Em entrevista à Rádio Itatiaia no fim de agosto, Lula cobrou uma definição do ex-presidente do Senado sobre sua disposição para concorrer ao governo.

"Eu tenho certeza de que vamos ganhar o estado de Minas Gerais com o Pacheco, ele sabe disso. É só ele se dispor a ser candidato. Se ele for candidato, será o futuro governador de Minas Gerais. Espero que, dentro de poucos dias, a gente tenha essa definição", disse o presidente.

Pesquisa AtlasIntel do fim de agosto apontou o ex-presidente do Senado, com apoio de Lula, com 44,5% das intenções de voto, seguido do senador Cleitinho (Republicanos), com 41,4%, chancelado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na sequência aparece Mateus Simões (Novo), atual vice-governador de Minas e apoiado por Romeu Zema (Novo), com 9,9%.

Já a indicação de Pacheco ao Supremo tem o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Nesta segunda-feira (13), Alcolumbre disse ter feito "questão" da presença de Pacheco em encontro com os presidentes do STF, ministro Edson Fachin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Herman Benjamin, e com o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

"Fiz questão da presença do presidente @rodrigopacheco, autor do projeto de atualização do Código Civil e presidente da comissão temporária criada para debater o tema. Conversamos sobre questões importantes para o Brasil e que vêm sendo debatidas desde a gestão de Pacheco à frente do Senado", publicou Alcolumbre nas redes.