Análise: judicialização do IOF criaria clima de "guerra" com Congresso
Até governistas se dividem sobre levar questão ao STF; recado de parlamentares é pressão por corte de gastos

O Congresso Nacional dá sinais de que a pressão sobre o Palácio do Planalto não vai se limitar à derrubada do decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Após impor uma derrota histórica ao governo, deputados e senadores dobram a aposta e atuam para reforçar discurso sobre a necessidade de reformas estruturantes e racionalidade nas contas públicas.
A possibilidade de judicializar a derrubada do IOF, na avaliação de parlamentares ouvidos pela CNN, tende a azedar ainda mais a relação entre o Executivo e o Legislativo. Um sinal com potencial de transformar uma “guerra”, cada vez menos fria, em confronto real.
Neste momento, não há consenso nem mesmo dentro do governo sobre a judicialização. Auxiliares têm alertado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que bater de frente pode afetar a pauta do governo e impactar drasticamente nas eleições de 2026.
Caberá a Lula, então, decidir se coloca fogo ou panos quentes. Antes, ouvirá os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em busca de cessar-fogo.
Os dois já colocaram suas posições na mesa. Motta ao reforçar que a decisão da Câmara foi “suprapartidária”. Alcolumbre ao reforçar que o governo saiu derrotado por “várias mãos”. A ver próximos capítulos.