Luciana Taddeo
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Luciana Taddeo

Correspondente de América Latina, sediada há mais de 10 anos na Argentina. Amante da arquitetura de Buenos Aires, do merken chileno e do ají de gallina. Morou na Venezuela.

Brasil pede que Celac atue de maneira firme e unida diante de protecionismo

Presidente Lula participará da cúpula, que acontece em Honduras, amanhã (9)

Mauro Vieira é um senhor calvo. Ele usa óculos, um paletó preto riscado, gravata azul escura estampada e camiseta azul clara. Ela está em frente a um microfone.
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores  • 23/07/2024 - Alex Ferro/G20
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira (8) na reunião de chanceleres da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que os países da região devem atuar “de forma unida e firme” no atual contexto de tensões geopolíticas e de protecionismo.

“Diante das transformações por que passa o sistema internacional, marcado, atualmente, por crescentes tensões geopolíticas e pelo refluxo do unilateralismo e do protecionismo, a Celac deve fortalecer-se, de modo a permitir que continuemos, de forma unida e firme, a atuar em temas que são caros para a região”, disse o representante da diplomacia brasileira.

A reunião dos chanceleres realizada em Honduras ocorre em meio ao ambiente de incerteza mundial gerado pelo anúncio de tarifas impostas por Donald Trump às importações.

O ministro brasileiro também ressaltou ver positivamente a realização do fórum entre a Celac e a China em Pequim, prevista para ocorrer ainda neste semestre. Segundo ele, o evento ocorrerá “em um momento político especialmente relevante para demonstrar a importância de uma agenda de cooperação econômica e de investimentos para a região”.

​Ele pediu, no entanto, maior coordenação prévia entre os países da Celac antes dos contatos com a China e União Europeia, com quem também deve haver reunião neste ano.

Em outro trecho do discurso realizado a portas fechadas, o chanceler brasileiro pediu que as divergências entre os países da região não afetem a procura por soluções baseadas no diálogo e no entendimento.

“Não podemos deixar que divergências, por relevantes que possam ser, inviabilizem debates e decisões que são fundamentais para todos os nossos países”, pediu.