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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Análise: posse no STJ zera representação feminina na mesa da solenidade

    Com saída da ministra Maria Thereza da presidência, homens voltaram a dominar a cena

    Quando a ministra Maria Thereza de Assis Moura passou o cargo de presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao ministro Herman Benjamin, a mesa principal da solenidade passou a ser 100% formada por homens.

    À esquerda de Benjamin, que ficará à frente do STJ até 2026, estavam o procurador-geral da República, Paulo Gonet; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    À direita, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, o da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti.

    Maria Thereza se juntou à ministra Cármen Lúcia na plateia – lá também as mulheres eram poucas.

    Não é de hoje que a falta de mulheres na cúpula do poder chama a atenção. Cármen era a única, por exemplo, na reunião entre os representantes dos Três Poderes para discutir o futuro das emendas parlamentares.

    No início da cerimônia, ministra Maria Thereza de Assis Moura era a única mulher na mesa
    No início da cerimônia, ministra Maria Thereza de Assis Moura era a única mulher na mesa • 23/08/2024 – Rafael Luz/STJ

    Segundo a jornalista Carolina Brígido, os 15 homens já estavam reunidos na sala da presidência do Supremo quando a ministra – a única mulher convidada – chegou à antessala: “Vim atrapalhar o clube do Bolinha”, anunciou.

    Esse não era o cenário de seis anos atrás, quando mulheres chefiavam, simultaneamente, cinco órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público – a começar pela própria Cármen, que à época presidia o Supremo.

    Em 2018, a ministra Rosa Weber era presidente do TSE; Raquel Dodge era a procuradora-geral da República; a advogada-geral da União era Grace Mendonça e a presidente do STJ, a ministra Laurita Vaz.

    A representatividade feminina ficou eternizada no vídeo viral em que quase todas elas aparecem junto à cantora Alcione cantando “Não deixe o samba morrer”, um clássico do cancioneiro brasileiro.

    De lá para cá, nem o ex-presidente Jair Bolsonaro nem Lula se comprometeram com indicações femininas para aplacar a desigualdade de gênero nas Cortes superiores. O retrocesso ficou evidente.

    Apenas Cármen ocupa atualmente um cargo de presidente (ela não estava na mesa principal da solenidade desta quinta-feira porque, segundo o cerimonial, o TSE não tem assento em posse do STJ). No STF, é a única mulher, em meio a dez homens.

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