Luísa Martins
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Luísa Martins

Em Brasília, atua há oito anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

Metanol: Governo vai discutir mais rigor com e-commerce de produtos falsos

Setor de bebidas quer fim de anúncios irregulares em marketplaces

Fiscalizações resultaram na apreensão de bebidas na terça-feira
Fiscalizações resultaram na apreensão de bebidas.  • Paulo Guereta / Governo do Estado SP
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Em meio à alta de casos de intoxicação por metanol, o governo federal vai discutir medidas para ampliar o rigor com plataformas de “e-commerce”, diante da profusão de anúncios de insumos para a falsificação de bebidas alcoólicas.

A ideia é aprimorar a fiscalização dos “marketplaces” e evitar a venda indiscriminada de garrafas, tampas, lacres, rótulos, selos e etiquetas - produtos costumeiramente usados por criminosos para consumar a adulteração.

Com foco nos impactos para o consumidor final, a indústria de bebidas tem cobrado do Ministério da Justiça e Segurança Pública uma postura mais incisiva a esse respeito. Esse foi um dos temas debatidos nas reuniões que ocorreram nesta terça-feira.

A CNN apurou que, ao longo das conversas, o governo federal citou que, mesmo antes da crise do metanol, adotou medidas para derrubar anúncios dessa natureza, inclusive de bebidas importadas de forma irregular.

Um exemplo seria a operação deflagrada em julho, em conjunto com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), que resultou na exclusão de anúncios de produtos ilegais que somavam R$ 1 milhão.

Mais recentemente, neste domingo, a AGU (Advocacia-Geral da União) notificou a Meta a remover conteúdos que promoviam a venda, em larga escala, de materiais para a adulteração de bebidas, como selos que simulavam o logotipo da Receita Federal.

A avaliação do setor de bebidas, entretanto, é de que a cobrança às empresas e a busca pelos perfis responsáveis deve ser ainda mais severa, pois é comum que, poucas semanas após a remoção dos anúncios, outras publicações semelhantes voltem a aparecer.

A Secretaria de Segurança Pública também avalia implementar programas de capacitação para os agentes de fiscalização, para que eles possam usar serviços de inteligência na identificação mais eficaz de produtos falsificados.

De acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda, o Brasil tem 217 casos notificados de intoxicação por metanol, dos quais 17 já foram confirmados. Duas mortes já foram oficialmente registradas, ambas em São Paulo (SP).