Luísa Martins
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Luísa Martins

Em Brasília, atua há oito anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

Plano de golpe expôs papel clandestino da Abin, diz PF

Bolsonaro e Ramagem estão entre os indiciados

Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)  • Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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O avanço da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado reforçou a conclusão da Polícia Federal (PF) pelo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da "Abin paralela".

Investigadores diretamente envolvidos no processo afirmam que a denúncia sobre a trama golpista deixou "cristalino" o suposto aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo anterior.

Mais de 30 pessoas foram indiciadas, entre elas Bolsonaro e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da agência de inteligência -- ambos são réus no "núcleo 1" da ação da trama golpista.

O plano incluía o monitoramento ilegal de opositores do governo Bolsonaro e de autoridades da República, entre elas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, agentes da Abin municiavam o "gabinete do ódio" com notícias falsas sobre o processo eleitoral brasileiro, que depois eram replicadas nas redes sociais por influenciadores de direita.

Interlocutores da PF dizem que a "Abin paralela" agiu clandestinamente, instrumentalizando o aparato estatal para tentar perpetuar Bolsonaro no poder mesmo depois de sua derrota nas urnas.

Sigiloso, o relatório da PF com os indiciamentos foi encaminhado ao STF. Moraes deve enviá-los à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem cabe avaliar o oferecimento de denúncia.