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    Mari Palma
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    Mari Palma

    Sou jornalista, com pós em moda, neurociência e comportamento. Também sou embaixadora da Marvel, fã de Friends e Beatles, 4 vezes tia e mãe de cachorro

    #CNNPop

    Magal diz que teria desistido de sua carreira pelo amor de sua vida, Magali

    "Meu Sangue Ferve Por Você - A Série" junta o casal Magal e Magali com os atores que os interpretaram no filme biográfico

    Mais de quarenta anos atrás, Sidney Magal e Magali West se apaixonaram – e continuam juntos até hoje. Essa história linda se tornou o filme “Meu Sangue Ferve Por Você”, mas o Disney+ também aproveitou para fazer uma série documental com mais detalhes de tudo o que aconteceu.

    Nos quatro episódios de “Meu Sangue Ferve Por Você – A Série”, os próprios Sidney Magal e Magali comentam os momentos mais marcantes das suas vidas, ao mesmo tempo que vemos os bastidores do filme que tentam recriar toda a magia dessa história.

    Eu conversei com o casal Magal e Magali, e também os atores Filipe Bragança, que vive Sidney Magal; Giovana Cordeiro, que vive a Magali; e Caco Ciocler, que interpreta o empresário (ficcional, mas inspirado em uma pessoa real), Jean Pierre. Vem ver:

    Sidney e Magali, como foi dividir com o público a história de amor de vocês?

    Sidney Magal: É uma história de amor muito bonita. Quando essa história de amor começou a tomar corpo, já há alguns anos, para virar filme, documentário e, agora, uma série de quatro capítulos na Disney+, foi algo inesperado. Como cantor, com minhas músicas, você começa a medir o sucesso de cada uma, mas a repercussão de uma história de amor é muito mais profunda. É algo que toca o ser humano. Ver a satisfação das pessoas significa que a minha realidade é bonita. Isso me deixa muito feliz e muito grato, sem dúvida.

    Magali, não dá para contar a história do Magal sem a sua também. A série mostra momentos pessoais, como você fugindo dele no início e a história do banheiro. Para você, revisitar isso foi como fazer uma declaração de amor?

    Magali: É o que eu sempre digo: o Sidney é muito sedutor. A vida inteira, todos os dias, ele está me conquistando. Sempre tem algo agradável para dizer. Eu fico muito feliz, emocionada e agradecida, porque sou uma pessoa muito definitiva nas minhas escolhas. E ele é o meu grande amor. O pai dos meus filhos, meu grande parceiro, meu grande amigo. É muito gratificante poder mostrar que esse amor, com uma personalidade tão marcante como a do Sidney Magal, é viável. Nossa história é bonita e viável. Essas duas coisas andaram juntas por 45 anos. Só complementaram a trajetória do Magal. Eu me sinto muito honrada por essa, como você disse, declaração de amor.

    E quer dizer que você achava a música dele brega no começo?

    Magal: [Risos]

    Magali: Não, não é assim… brega. Eu não tenho nenhum tipo de preconceito. Eu sou uma pessoa que escuta de tudo. Tudo, tudo, tudo! Cresci ouvindo música, minha mãe é de Santo Amaro da Purificação e aprendeu a bordar com Dona Canô, mãe da Maria Bethânia. Eu cresci ouvindo isso. Então, já fazia parte da minha vida. Agora, não quer dizer que eu não gostava. Sempre que o Sidney aparecia na TV, minhas tias e minha mãe diziam: “Olha ele aí de novo!”. Eu nem pensava conhecer ele. Mas eu nunca tive aquela coisa do filme. É puxado, não é meu pensamento não! Mas tem que ter história pro filme.

    Magal, achei muito legal quando você disse que a Magali inspirou sua carreira. Na série, vemos o personagem Jean Pierre dizendo que ela atrapalharia a sua trajetória. No fim, foi o oposto. Como essa história de amor te impulsionou profissionalmente?

    Magal: Eu me conheço e sei o que quero. No filme, isso fica claro. Meu empresário queria me transformar em um grande ídolo da América Latina. Para ele, isso significava que eu deveria estar solteiro, viajando e namorando 500 mulheres. Mas, quando conheci a Magali, sabia que seria diferente. Se ela não estivesse ao meu lado, eu dificilmente seguiria com a minha carreira. Eu seria capaz de abrir mão de tudo. Para mim, o ser humano precisa ser feliz. A carreira pode acabar, as músicas podem ser esquecidas, mas o meu amor, a minha vida com a Magali vai comigo pra eternidade. Então nunca houve dúvida: carreira ou essa mulher? Eu sempre soube que seria ela, independente de qualquer coisa.

    Magali: Uma coisa que talvez não fique tão clara, talvez um pouco mais no documentário, é que quando todos aqueles empresários desistiram, eu fui pra luta. Decidi: “Eu vou aprender essa profissão, e a sua carreira não vai parar”. Trabalhei, cuidei das crianças, gerenciei o escritório e coloquei o show dele na estrada. Assumi tudo junto com ele por 30 anos. Agora passei o escritório para o nosso filho, Rodrigo, que assumiu. Acho que o mais importante é que eu nunca tive barreiras, medos ou preconceitos. Pensei: “A gente se ama? Estamos juntos? Então vamos em frente, encarar tudo e cair na estrada”.

    Magali West ao lado de Giovana Cordeiro, atriz que a interpreta no filme “Meu Sangue Ferve Por Você”. • Disney+

    Filipe e Giovana, assistindo à série, fiquei impressionada com a proximidade que tiveram com Magal e Magali nesse processo. Como foi a sensação e a responsabilidade de trabalhar com eles como plateia?

    Filipe Bragança: O Magal é a própria fantasia, né? Está na natureza dele, no temperamento, no artista que ele foi e continua sendo até hoje. Essa essência dele acaba contaminando o filme e a série de uma forma incrível. Para mim, foi algo muito especial. O Magal se emocionou muito na primeira vez que ele me viu caracterizado. Foi importante ver esse lado dele se emocionando e aprovando. Mas foi especial para a Magali também, que estava ali junto. Os dois confirmaram que o romance deles realmente aconteceu daquela forma. Então, acho que isso nos fez sentir dignos dos papéis, por termos os dois ali.

    Giovana Cordeiro: Descobri muitas coisas sobre a Magali que tive a oportunidade de usar, e outras que, mesmo sem saber diretamente, levei para a construção da personagem. Assim como foi com o Filipe, o Magal também se emocionou na primeira vez que me viu caracterizada como Magali. O carinho que eles tiveram durante todo o processo, tanto com a gente quanto com a produção, nos deixou muito mais seguros. Isso que você falou, Filipe, foi muito bonito: a sensação de sermos dignos desses personagens, uma vez que eles olham para nós e se identificam. Depois, todas as vezes em que encontrei a família ou eles, vinham nos dizer o quanto representamos bem essas figuras. Isso é muito gratificante.

    Caco, como foi pra você viver um personagem sem a pessoa real do seu lado?

    Caco Ciocler: É muito raro, talvez até único, ter protagonistas ainda vivos para acompanhar o processo. Geralmente cinebiografias são feitas quando essas pessoas já não estão entre nós. É fascinante poder chamá-los para refletir sobre a própria obra. Já o Jean Pierre é uma fábula. Ele é um vilão de fábula. Mais do que representá-lo com fidelidade, minha preocupação foi cumprir o papel que esse vilão teria na dramaturgia. Não me preocupei em imitá-lo. Claro, vi imagens, mas foquei em outras questões. Por que ele é chato? Ele é apaixonado pelo Magal? Tem ciúme? Investi nessa relação maluca. O Magal falava pouco sobre ele, então construí com liberdade, pensando na função do personagem na história.

    Como a história de amor de Magal e Magali inspirou vocês?

    Filipe Bragança: A Giovana mencionou isso em outra resposta: o carinho que eles têm um pelo outro. O carinho e o respeito são algo muito bonito de se ver. E realmente, a parceria que os dois têm há tanto tempo é admirável. A gente sabe que relações longas têm seus desafios, mas dá para perceber que eles lidam com isso de uma maneira muito, muito tranquila. Apesar de, às vezes, parecerem opostos, eles estão sempre juntos, continuam parceiros e se amam muito.

    Giovana Cordeiro: Eles se enxergam como uma aposta um no outro, sabe? O Magal teve essa percepção quase mediúnica de entender que ela seria a mulher da vida dele, a mãe dos filhos dele. E ele apostou tudo para realizar esse amor e para convencê-la a viver isso com ele. Da mesma forma, ela olha para ele com esperança, sempre acreditando que ele poderia ser o cara que a levaria a uma vida mais livre, mais autêntica, especialmente considerando o contexto da família dela.

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