Indonésia, Equador, Canadá: veja os embaixadores convocados nos governos Lula e Dilma
Conflitos, dívidas e execução motivaram presidentes brasileiros a usar ferramenta diplomática que simboliza sinal de alerta

Símbolo de alerta em relações diplomáticas, a convocação de embaixadores já foi usada outras vezes pelos governos do PT com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Embaixadores de países como Indonésia, Equador, Canadá e Paraguai já foram chamados pelos presidentes para explicações ou simplesmente para voltar ao país em meio a crises.
Na segunda-feira (19/2), o governo Lula convocou o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine para uma conversa e o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, de volta para o país.
Dez anos atrás, em 2014, uma outra crise diplomática entre Israel e Brasil terminaria com a convocação do embaixador brasileiro de volta para casa. O motivo foi exatamente o mesmo: críticas pelo excesso do uso de força nos ataques na Faixa de Gaza.
Àquela época, a ação do Brasil gerou críticas do então porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, que chegou a chamar o Brasil de “anão diplomático”.
Dilma já tinha usado a mesma ferramenta nos dois anos anteriores com os embaixadores do Canadá e da Indonésia. Em 2012, o embaixador brasileiro em Assunção, no Paraguai, foi chamado para cá depois da destituição do presidente Fernando Lugo.
No ano seguinte, 2013, o embaixador do Canadá em Brasília, Jamal Khokhar, foi convocado pelo então ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. A intenção era exigir esclarecimentos sobre as denúncias de que documentos vazados por Edward Snowden mostravam espionagem canadense no Ministério de Minas e Energia no Brasil.
Em 2015 foi a vez do embaixador brasileiro na Indonésia voltar para casa a mando do governo Dilma. Isso aconteceu depois da execução de um brasileiro acusado de tráfico de drogas, que o governo queria trazer extraditado para o Brasil para que fosse submetido às leis brasileiras.
A divergência sobre a punição com pena de morte criou uma crise diplomática e fez com que as relações dos dois países ficassem estremecidas.
Especialistas em relações internacionais ouvidos pela CNN traduzem a convocação de embaixadores como um “sinal amarelo”, que pode preceder o rompimento de relações diplomáticas entre países.
Não foi o que aconteceu nesses casos, cujas situações foram pacificadas ao longo dos meses subsequentes, inclusive com envolvimento dos próprios chefes de Estado dos países estrangeiros.