Análise: PT faz ofensiva nas redes por cassação de Eduardo
Partido unifica estratégia digital e cria consórcio para pressionar pela cassação do deputado federal, que enfrenta cinco pedidos formais para perda do mandato
O Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou uma ofensiva coordenada nas redes sociais visando pressionar pela cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A estratégia inclui a criação de um consórcio denominado "Pode Espalhar", que reúne diferentes organizações alinhadas ao partido.
A iniciativa estabelece publicações semanais programadas nas redes sociais, visando impulsionar temas específicos aos trending topics da plataforma X. O movimento conta com a participação de sindicatos, da Fundação Perseu Abramo, do Instituto Lula, além da própria bancada do partido e movimentos sociais.
A nova abordagem nas redes sociais foi desenvolvida por Sidônio Palmeira, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Brasil e responsável pela comunicação do partido, que busca centralizar e organizar a atuação digital do PT, anteriormente considerada dispersa. A estratégia tem como base os discursos partidários, que alimentam o conteúdo distribuído nas redes.
Atualmente, existem cinco pedidos formais solicitando a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro, apresentados pelo PT e Psol. As solicitações incluem desde a perda do mandato até a suspensão do salário do parlamentar.
A ofensiva ocorre em um momento estratégico, às vésperas do retorno do Congresso após o recesso parlamentar. O PT busca capitalizar politicamente o momento em que o deputado enfrenta críticas do Supremo Tribunal Federal e experimenta um aparente distanciamento de parlamentares do Centrão.
Em resposta à movimentação do PT, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que Eduardo Bolsonaro não está isolado politicamente. Ele reconheceu, porém, que a esquerda conseguiu estabelecer uma narrativa relacionando o parlamentar ao aumento de tarifas, mas classificou a situação como temporária.