Mundim: Alta da carne nos EUA pode ajudar o Brasil
Com pressão inflacionária nos Estados Unidos e problemas no rebanho mexicano, Brasil surge como alternativa para suprir demanda americana por carne bovina
O aumento significativo no preço da carne bovina nos Estados Unidos pode abrir uma importante oportunidade para o Brasil no mercado internacional. Com o México enfrentando problemas sanitários em seu rebanho, o Brasil emerge como um dos principais fornecedores potenciais para ajudar a reduzir a pressão inflacionária no mercado americano.
A situação é especialmente crítica nos EUA, onde o Índice de Preços ao Atacado (PPI) registrou alta de 0,9% em comparação ao mês anterior, com a inflação ao produtor superando 3%. Este cenário tem gerado preocupação devido ao impacto nos juros e no custo da dívida americana.
A necessidade de controlar a inflação nos Estados Unidos pode favorecer negociações com o Brasil para redução de alíquotas na importação de carne bovina, seguindo um caminho similar ao que ocorreu com o suco de laranja. Além do Brasil, Argentina e Austrália também têm aumentado suas exportações para o mercado americano, mas a produção brasileira é vista como fundamental para equilibrar os preços.
O cenário, contudo, apresenta desafios nas relações entre os dois países. Recentes tensões diplomáticas podem impactar o fluxo de investimentos americanos no Brasil, com possíveis reflexos na taxa de câmbio e, consequentemente, no comércio bilateral.
A eventual redução nas exportações brasileiras para os EUA poderia resultar em um redirecionamento temporário dos produtos para o mercado interno. No entanto, esta solução não é sustentável a longo prazo, pois as empresas dependem do mercado externo para manter sua viabilidade econômica.