Mundim: Incertezas da guerra comercial de Trump continuam
Governo americano avalia diminuir tarifas sobre produtos da China, mas Trump mantém postura firme e exige concessões
O governo dos Estados Unidos está considerando reduzir as tarifas impostas sobre as importações da China, segundo informações do Wall Street Journal. As tarifas sobre produtos chineses podem cair para um patamar entre 50% e 65% do valor atual.
Donald Trump, em pronunciamento recente na Casa Branca, afirmou que já conversou com 90 países sobre o assunto e que 11 grandes fabricantes de automóveis estão retornando aos Estados Unidos. No entanto, o líder americano ressaltou que a retirada das tarifas dependerá da postura da China.
Trump declarou que dentro de três a quatro semanas as tarifas estarão acertadas, mas a volatilidade e as incertezas continuam presentes no mercado. Os chineses, por sua vez, mantêm uma postura firme e dizem que não aceitarão o que chamam de "bullying" e que estão dispostos a negociar, desde que não haja imposições.
O presidente americano também mencionou Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), expressando confiança de que ele "fará o que é certo". Essa declaração surge após Trump ter criticado Powell e sugerido a possibilidade de demiti-lo, pressionando por uma redução nas taxas de juros.
Fernando Haddad, em declaração recente, afirmou não ver chances de recessão no Brasil devido à escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos. O ministro observa atentamente os desdobramentos, mas considera difícil que as tarifas se mantenham nos níveis atuais.
Especialistas apontam que o Brasil pode encontrar oportunidades nesse cenário, como a possibilidade de revitalização da indústria nacional, especialmente nos setores calçadista e têxtil. O acordo entre Mercosul e União Europeia também é visto como uma chance de fortalecer a posição brasileira no comércio internacional.
A situação exige uma análise cuidadosa e engajamento entre o setor produtivo e o governo para identificar nichos de mercado e possibilidades de expansão, tanto para recuperar indústrias que migraram para a China quanto para acessar novos mercados que podem surgir com a reconfiguração do comércio global.