Tainá Falcão
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Tainá Falcão

Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com passagem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

Antes de ato na Paulista, Temer recomendou discurso de "pacificador" a Bolsonaro

Emedebista alertou que desta vez, caso as declarações fugissem do controle, não teria uma "nova carta"

Michel Temer, ex-presidente da República  • UAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Os ex-presidentes Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB) estiveram juntos em São Paulo, há cerca de dez dias, e conversaram sobre o ato realizado neste domingo (25) na Avenida Paulista.

Fontes próximas aos dois ex-presidentes informaram à CNN que, durante a conversa de aproximadamente duas horas, Bolsonaro ouviu que o discurso deveria pregar por “pacificação” e mencionar eleições.

“Seu habeas corpus é a sua palavra”, teria dito Temer a Bolsonaro, conforme apurou a reportagem.

O emedebista alertou que desta vez, caso as declarações fugissem do controle, não teria “uma nova carta”. A referência do ex-presidente diz respeito à ajuda que Temer deu a Bolsonaro quando o então presidente, em manifestação na Avenida Paulista em 2021, afirmou que não cumpriria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chamou de “canalha”.

Em dez pontos elencados, Bolsonaro afirma que não teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes” e justifica que suas palavras “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.

Depois da conversa com Temer, outros aliados, a exemplo do governador Tarcísio de Freitas (SP) e de Fábio Wajngarten, que também é advogado do ex-presidente, entraram em campo para levar as expectativas do ato a ministros do Supremo, sob a promessa de que não haveria discurso inflamado nem ataques ao tribunal.

Após o ato, Bolsonaro agradeceu Temer pela ajuda e demonstrou estar satisfeito com o resultado da manifestação.