Tainá Falcão
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Tainá Falcão

Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com passagem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

Após ruídos e acordos frustrados, Hugo se aproxima de Lula mirando 2026

Aliados atuam para melhorar relação entre Câmara e Planalto; cenário eleitoral entra como fator relevante

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A relação entre o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve entrar em uma nova fase em 2026. Ao menos essa é a expectativa de aliados dos chefes dos dois Poderes.

Após a votação do PL da Dosimetria no Congresso, aliados de Hugo acionaram o “modo bombeiro” para reduzir a temperatura e inaugurar um novo momento na relação entre Câmara e Executivo.

Nomes próximos ao governo, como o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), ambos aliados de Motta, têm atuado para evitar novos confrontos.

Esse movimento já começa a dar sinais nos bastidores, com a recente indicação do deputado Gustavo Feliciano (União Brasil-PB) para o cargo de ministro do Turismo — nome próximo a Motta. O acerto foi fechado após uma conversa entre Hugo e Lula.

 

 

A leitura é de que a reconstrução da confiança passa por maior previsibilidade na agenda legislativa e por menos surpresas para o Planalto.

Para o próximo ano, a Câmara deve priorizar a PEC da Segurança e o Projeto de Lei Antifacção, com a promessa de manter o texto aprovado pelo Senado. A PEC que prevê o fim da escala 6x1, uma demanda de governistas, também deve entrar no debate.

A mudança de postura pode ser percebida no discurso de Hugo Motta em recente conversa com jornalistas, quando afirmou que o respeito ao presidente da República “não se perdeu” e avaliou que a relação com o governo está “estabilizada”.

Câmara e Planalto atravessaram uma série de desavenças em 2025, com divergências sobre a condução de pautas e acordos que, na avaliação de interlocutores do governo, não avançaram como o combinado.

A relação teve picos de estresse a partir da crise do IOF, além de impasses envolvendo o PL Antifacção e, mais recentemente, o PL da Dosimetria. Integrantes do Planalto acusam Hugo Motta de descumprir ou não pactuar previamente o encaminhamento dessas matérias.

2026

Apesar do histórico recente de tensões, a avaliação de aliados do presidente da Câmara e do Planalto é de que o cenário eleitoral de 2026 impõe uma reaproximação.

Na Paraíba, Hugo Motta atua para viabilizar a candidatura do pai, Nabor Wanderley (Republicanos), prefeito de Patos, ao Senado em 2026. A avaliação é de que Lula pode ajudar na construção dessa candidatura, diante do bom desempenho do presidente no estado.