Celac: Lula vai a Honduras com recados para Trump
Petista deve criticar "tarifaço" americano, mas sem citações diretas ao presidente dos EUA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcará em Honduras, nesta quarta-feira (9), com a expectativa de aliados sobre um posicionamento mais enfático em relação ao "tarifaço" de Donald Trump.
Fontes diplomáticas afirmam que o presidente deverá enviar recados aos Estados Unidos, mas sem citar Trump diretamente em discurso.
Na semana passada, Lula disse que o Brasil não “bate continência” para nenhuma outra bandeira e que o Brasil tomaria “medidas cabíveis” contra as tarifas de Trump.
Ainda na semana passada, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que permite ao Brasil suspender acordos comerciais, investimentos ou direitos de propriedade intelectual quando outro país ou bloco econômico adotar medida que prejudique a competitividade de seus produtos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil não deverá lançar mão de retaliações, o que gerou reação negativa no Parlamento.
A posição de Alckmin tem respaldo no Itamaraty, onde diplomatas defendem o diálogo para minimizar os prejuízos.
Nesta semana, representantes do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) devem se reunir com autoridades americanas para discutir a tarifa de 25% aplicadas sobre as importações dos Estados Unidos de aço e alumínio.
Bilaterais
A agenda de Lula ainda não está fechada, mas há expectativa de reuniões bilaterais com outros chefes de Estado.
Ainda sem certeza sobre a participação do ditador venezuelano Nicolás Maduro, fontes do Palácio do Planalto, não descartam completamente um encontro entre os dois.
Na Celac deste ano, o Brasil avalia propor a candidatura de uma mulher latino-americana para o cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sucedendo o português António Guterres.