Análise: STF não mudará postura diante das sanções dos EUA
Durante reunião com Lula no Palácio da Alvorada, ministros do STF reafirmaram que não cederão a pressões externas e defenderam a soberania nacional
Em reunião realizada na quinta-feira (31) no Palácio da Alvorada, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmaram que não mudarão sua postura diante das sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes. Além do presidente Lula, o encontro contou com a presença de seis ministros da Corte e outras autoridades do governo.
Durante o jantar, foi estabelecido um posicionamento claro: enquanto as tarifas comerciais são passíveis de negociação, a soberania brasileira é inegociável. Os presentes demonstraram solidariedade a Alexandre de Moraes, que foi alvo da aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos.
Durante o encontro, Moraes informou que, no momento, não considera oportuno que a Advocacia-Geral da União (AGU) atue em sua defesa nos Estados Unidos. Anteriormente, havia expectativa de que a AGU pudesse acionar tribunais internacionais para tentar reverter a aplicação da lei contra o ministro.
O encontro contou com a participação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, Jorge Messias, advogado-geral da União, Paulo Gonet, procurador-Geral da República, além de ministros do STF. Cinco ministros da Corte não compareceram ao evento: Cássio Nunes Marques, André Mendonça, Luiz Fux, Carmen Lúcia e Dias Toffoli.
Em sessão plenária posterior à reunião, Moraes reforçou sua posição de ignorar as sanções e manter a continuidade de seu trabalho, demonstrando que a Corte não se deixará influenciar por pressões externas em sua condução dos processos.