Dólar fecha em queda de 1,44%, a R$ 5,19; Ibovespa cai 0,96% com dados do exterior

Principal índice da B3 encerrou aos 99.621,58 pontos

João Pedro Malar e Artur Nicoceli, do CNN Brasil Business*, em São Paulo
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O dólar fechou em queda de 1,44%, a R$ 5,191, nesta quarta-feira (29), devolvendo parte dos fortes ganhos ante o real nos últimos dias. A moeda norte-americana teve a maior desvalorização diária desde o último dia 15 (-2,07%), e o menor patamar em uma semana.

Já o Ibovespa recuou 0,96%, aos 99.621,58 pontos, refletindo os dados trimestrais sobre a economia dos Estados Unidos, como Produto Interno Bruto (PIB) e inflação. O PIB veio levemente pior que o esperado, com recuo de 1,6%, enquanto o Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) subiu 7,1% na comparação anual.

E a questão fiscal brasileira também voltou ao radar dos investidores. A perspectiva de que o governo federal aumente seus gastos por meio da PEC dos Combustíveis, com um possível desrespeito ao teto de gastos, desagrada o mercado, e pode retirar investimentos do país.

O relator do projeto no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresentou nesta quarta-feira o parecer sobre o projeto. O projeto inclui um aumento no valor do Auxílio Brasil e do vale-gás e cria um novo auxílio financeiro voltado para caminhoneiros como forma de suavizar o impacto das altas nos preços dos combustíveis.

Pelos cálculos do governo, o impacto seria de R$ 38,75 bilhões e terá o “reconhecimento do estado de emergência decorrente da elevação extraordinária do petróleo e os impactos sociais deles recorrentes”.

O Banco Central fez neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

Na terça-feira (29), o dólar encerrou em alta de 0,61%, a R$ 5,267. Já o Ibovespa recuou 0,17%, aos 100.591,41 pontos.

Bancos Centrais

O mercado ficou atento também aos discursos dos presidentes dos bancos centrais dos Estados Unidos, Jerome Powell, e zona do euro, Christine Lagarde, que não trouxeram grandes novidades.

O presidente do Fed disse nesta quarta-feira que, embora "exista um risco" da autarquia desacelerar a economia mais do que o necessário para controlar a inflação, um "erro maior seria falhar em restaurar a estabilidade de preços".

Já Lagarde ressaltou que a era de inflação baixa que precedeu a pandemia não deve voltar, e os bancos centrais precisam se ajustar às expectativas de alta dos preços significativamente mais elevadas.

O mercado reagiu a cada dado e fala que apontem qual será a intensidade e velocidade dos ciclos de alta de juros nas maiores economias do mundo, levando a variações na aversão a riscos de acordo com as indicações e leituras.

Sentimento global

Os investidores ainda mantém uma aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada, e até uma recessão, devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 15 de junho. A autarquia elevou os juros em 0,75 ponto percentual, na maior alta desde 1994, e deixou uma porta aberta para um aumento na mesma magnitude em julho.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Ao mesmo tempo, a China tem relaxado medidas para combater a Covid-19, mas há temores que novas restrições prejudiquem a segunda maior economia do mundo, e o risco fiscal no Brasil voltou a ganhar força com uma expansão de gastos pelo governo.

Com isso, a combinação de um cenário doméstico debilitado, com o retorno de riscos fiscais e temores sobre interferências na Petrobras, e a perspectiva no exterior de fortes apertos monetários voltaram a prejudicar o mercado brasileiro.

Sobe e desce da B3

Veja os principais destaques do pregão desta quarta-feira:

Maiores altas

  • MRV (MRVE3) +3,41%;
  • SLC Agrícola (SLCE3) +2,86%;
  • Rede D'Or (RDOR3) +2,83%;
  • Sul América (SULA11) +1,72%;
  • Cyrela (CYRE3) +1,63%

Maiores baixas

  • Qualicorp (QUAL3) -8,38%;
  • CVC (CVCB3) -6,36%;
  • Positivo (POSI3) -5,52%;
  • Marfrig (MRFG3) -5,10%;
  • Minerva (BEEF3) -4,51%

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*Com informações da Reuters

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