Ibovespa fecha em queda de 1,08% com temores sobre recessão global; dólar sobe a R$ 5,23

Principal índice da B3 encerrou aos 98.541,95 pontos; moeda norte-americana teve alta de 0,77%, a R$ 5,231

João Pedro Malar, do CNN Brasil Business*, em São Paulo
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O Ibovespa fechou em queda de 1,08%, aos 98.541,95 pontos, nesta quinta-feira (30), após refletir um ambiente internacional adverso, com reforço de aversão a riscos e temores de uma recessão global. A maioria das ações operaram em baixa; principal exceção é a Fleury, que chegou a subir mais de 16% após anunciar a compra da Hermes Pardini. No mês, o índce caiu 11,46%, maior queda percentual desde março de 2020.

Já o dólar teve alta de 0,77%, a R$ 5,231. A moeda norte-americana operou em estabilidade em um dia de fraqueza no exterior. No mês, a moeda subiu 10,03%, enquanto que, no semestre, acumulou uma queda de 6,14%.

A sessão teve alta volatilidade devido à formação da Ptax referente ao fim de junho e do segundo trimestre. A Ptax é a taxa de câmbio calculada pelo Banco Central, e serve como referência para algumas operações financeiras.

O Banco Central fez neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

Na quarta-feira (29), o dólar fechou em queda de 1,44%, a R$ 5,191, na maior desvalorização diária desde o dia 15 de junho. Já o Ibovespa recuou 0,96%, aos 99.621,58 pontos.

No radar

O foco do mercado nesta quinta-feira também foi a divulgação do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) referente ao mês de maio, que apontou uma alta de 6,3% no acumulado de 12 meses, próximo ao esperado.

O indicador é a inflação oficial dos Estados Unidos, e serve como referência para o Federal Reserve determinar o ritmo de alta de juros. O temor do mercado é que, para controlar a maior inflação em 40 anos, a autarquia acabe elevando os juros a ponto de levar a economia do país para uma recessão.

Os investidores reagem a cada dado e fala que apontem qual será a intensidade e velocidade dos ciclos de alta de juros nas maiores economias do mundo, levando a variações na aversão a riscos de acordo com as indicações e leituras.

No âmbito doméstico, o risco fiscal continua no radar dos investidores. A perspectiva de que o governo federal aumente seus gastos por meio da PEC dos Combustíveis, com um possível desrespeito ao teto de gastos, desagrada o mercado, e pode retirar investimentos do país, prejudicando o real.

O projeto inclui um aumento no valor do Auxílio Brasil e do vale-gás e cria um novo auxílio financeiro voltado para caminhoneiros como forma de suavizar o impacto das altas nos preços dos combustíveis. O impacto é estimado em R$ 38,75 bilhões.

Com a combinação de cenários externo e doméstico, a moeda norte-americana deve ter a maior valorização mensal desde março de 2020, no início da pandemia.

Sentimento global

Os investidores ainda mantém uma aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada, e até uma recessão, devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 15 de junho. A autarquia elevou os juros em 0,75 ponto percentual, na maior alta desde 1994, e deixou uma porta aberta para um aumento na mesma magnitude em julho.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Ao mesmo tempo, a China tem relaxado medidas para combater a Covid-19, mas há temores que novas restrições prejudiquem a segunda maior economia do mundo, e o risco fiscal no Brasil voltou a ganhar força com uma expansão de gastos pelo governo.

Com isso, a combinação de um cenário doméstico debilitado, com o retorno de riscos fiscais e temores sobre interferências na Petrobras, e a perspectiva no exterior de fortes apertos monetários voltaram a prejudicar o mercado brasileiro.

Sobe e desce da B3

Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:

Maiores altas

  • Fleury (FLRY3) +16,1%;
  • Hapvida (HAPV3) +3,80%;
  • Telefônica Brasil (VIVT3) +3,07%;
  • MRV (MRVE3) +2,90%;
  • TIM (TIMS3) +2,08%

Maiores baixas

  • Via (VIIA3) -8,13%;
  • CNS (CSNA3) -6,42%;
  • CSN (CMIN3) -6,31%;
  • JHSF (JHSF3) -5,66%;
  • SLC Agrícola (SLCE3) -5,56%

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*Com informações da Reuters

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