Análise: Haddad reforça papel eleitoral do governo e deixa o fiscal de lado
Ministro da Fazenda justifica pagamento de dívidas deixadas pela gestão anterior, mas analistas apontam preocupações com a meta fiscal; análise é de Thais Herédia no CNN Prime Time.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que prefere ser visto como gastador a ser considerado caloteiro, ao defender o pagamento de precatórios herdados da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante pronunciamento nesta sexta-feira (24), ele ressaltou a importância de quitar as dívidas federais registradas nos balanços da União. A análise é de Thais Herédia no CNN Prime Time.
Haddad argumentou que a decisão de não pagar os precatórios seria ilegal e inconstitucional, além de irracional. O ministro destacou que, mesmo sob críticas relacionadas ao aumento do déficit, optou por resolver a questão de maneira que considera sustentável.
A analista de Economia da CNN destaca que Haddad tem mencionado um montante de R$ 90 bilhões em pagamentos, mas que, segundo Samuel Pêssoa, economista do BTG Pactual, o valor adicional efetivamente pago da gestão anterior teria sido de R$ 30 bilhões.
"A principal preocupação dos economistas não está no pagamento em si dos precatórios, mas no fato de que estas despesas têm ficado fora das métricas oficiais, como a meta fiscal e os limites de gastos. Esta situação tem gerado questionamentos sobre a real situação das contas públicas", afirma Herédia.
Especialistas apontam que, mesmo com a retomada do pagamento dos precatórios, diversos gastos públicos continuam sendo contabilizados fora das métricas oficiais, o que compromete a credibilidade da meta fiscal como instrumento de medição da saúde financeira do governo.


