Análise: Setor elétrico pode pressionar governo sobre capacidade
O analista Gabriel Monteiro avalia, no CNN Novo Dia, o problema na subestação de Bateais, a 30 km de Curitiba, que afetou o Sistema Interligado Nacional (SIN), provocando interrupção de energia em várias regiões do país
Um incêndio na Subestação de Energia de Bateais, localizada a 30 km de Curitiba, no Paraná, resultou em um apagão que afetou diversas regiões do Brasil nesta terça-feira (14). Moradores relataram falta de energia elétrica na madrugada. A análise é de Gabriel Monteiro no CNN Novo Dia.
"O incidente expôs a complexidade e a interconectividade do sistema elétrico nacional", avalia Gabriel. O Sistema Interligado Nacional (SIN) é uma extensa rede que conecta praticamente todos os estados brasileiros, com exceção de algumas regiões do Amazonas. Esta infraestrutura permite que a energia gerada em diferentes pontos do país seja distribuída para localidades distantes dos centros de produção.
Como funciona o sistema elétrico nacional
"A distribuição de energia no Brasil segue um caminho específico: das usinas produtoras, a energia é transmitida em alta tensão até as subestações, onde é transformada para tensões mais baixas antes de chegar aos consumidores finais através das distribuidoras", explica o analista.
As fontes de energia são diversificadas e distribuídas geograficamente pelo país. As usinas hidrelétricas concentram-se principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, enquanto a energia eólica e solar tem forte presença no Nordeste. "Esta integração permite maior flexibilidade e segurança no abastecimento", afirma Gabriel.
Impacto do incidente
O reator, equipamento onde ocorreu o incêndio, é responsável pela transformação da tensão da energia. O comprometimento deste componente pode causar danos significativos aos equipamentos e representar riscos à segurança dos trabalhadores, motivo pelo qual foi necessário o desligamento da subestação.
"O caso demonstra tanto a vulnerabilidade quanto a resiliência do SIN. Embora um problema localizado possa afetar múltiplas regiões, o sistema permite que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) realize manobras para redirecionar o fornecimento de energia, minimizando os impactos dos apagões", finaliza o analista.