Brasil cita CPMF global para combater crise climática

Imposto de 0,5% sobre transações financeiras de grandes gestores poderia gerar US$ 900 bilhões em arrecadação, diz documento brasileiro

Fernando Nakagawa, da CNN Brasil, em Belém
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Aumentar impostos é uma maneira de se conseguir recursos para financiar ações climáticas. A proposta faz parte do “Roteiro de Baku a Belém” apresentado nesta quarta-feira (5) pela presidência brasileira da COP30 no Pará.

O documento de 81 páginas menciona, inclusive, a possibilidade de criação de uma espécie de CPMF internacional para custear a conta trilionária para combater a crise do clima. “Todos os países devem trabalhar em conjunto para explorar fontes inovadoras de financiamento”, cita.

Entre essas iniciativas citadas para aumentar a arrecadação, a presidência brasileira cita um tributo internacional sobre transações financeiras.

O texto lembra que, atualmente, investidores institucionais administram mais de US$ 180 trilhões. “Mesmo uma realocação de 0,5% poderia render US$ 900 bilhões”, cita o documento.

A ideia faz parte da extensa lista de iniciativas sugeridas pelo Brasil para que o planeta atinja a meta de conseguir US$ 1,3 trilhão por ano para medidas climáticas.

Essa é a estimativa dos recursos necessários para que sejam reduzidas as emissões e, assim, limitado o aumento da temperatura global. Portanto, essa proposta de uma CPMF global poderia gerar 70% do total necessário.

Ainda no tema tributário, outras propostas passam por um imposto sobre indivíduos de altíssimo patrimônio – os super ricos – e tributos a setores e atividades poluentes, além dos grandes emissores de gases de efeito estufa.

O relatório do Brasil cita, contudo, que essas iniciativas tributárias devem levar em conta “cuidadosamente os potenciais impactos negativos sobre as prioridades de desenvolvimento e os mecanismos de comércio e redistribuição”.

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