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    Saiba se é hora de comprar ou vender ações da Gol, que vai fechar capital

    Valor que os acionistas vão receber com a fusão da empresa com a Avianca não foi definido

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business , em São Paulo

    A companhia aérea brasileira Gol e a colombiana Avianca anunciaram nesta quarta-feira (11) a formação de uma holding, chamada Grupo Abra, sob a qual os dois grupos de aviação vão compartilhar a mesma plataforma de negócios.

    A Gol e a Avianca manterão operações independentes, enquanto, segundo comunicado, “se beneficiam de maior eficiência e investimentos feitos pelo mesmo grupo controlador”. Porém, a nova empresa terá capital fechado e sediada no País de Gales, no Reino Unido.

    Dessa forma, os acionistas da Gol devem receber um valor – ainda não definido – sobre o preço da ação. Especialistas entrevistados pelo CNN Brasil Business apontaram que esse é o momento de comprar os papéis da companhia, e não vendê-los.

    Mas, antes, todos eles advertem que o cenário ainda é muito vago porque não é possível compreender como será definido o valor que os acionistas minoritários deverão ganhar.

    De acordo com o fato relevante da fusão: “a operação não acarretará a obrigatoriedade da realização de uma oferta pública de aquisição de controle para os acionistas minoritários, uma vez que não haverá alienação ou transferência de controle acionário”.

    A oferta pública de aquisição, ou OPA, é um mecanismo usado pelas companhias que vão parar de ofertar seus papéis em uma bolsa de valores, e que teve seus papéis vendidos a um terceiro – como pode ocorrer com o Twitter e o Elon Musk – e, assim, neste exemplo, os acionistas receberiam um valor definido pelo CEO da Tesla.

    “”Nem o MOBI FIA (fundo de investimentos) ou tampouco os irmãos Constantino (fundadores da companhia aérea) alienarão, direta ou indiretamente, qualquer ação da Gol”, informou o comunicado.

    Sugestões

    Heitor de Nicola, assessor de renda variável na Acqua Vero Investimentos, acredita que, por ora, a melhor opção é esperar a aprovação da união das empresas para então tomar alguma atitude. No momento, ele aponta que o movimento de fusão é positivo para ambos os grupos.

    E ele, assim como o BTG Pactual e Ilan Arbetman, analista de Research da Ativa, têm um posicionamento de compra das ações da Gol.

    Em relatório, o banco afirmou que “a nova aliança reflete o redesenho de parcerias no setor aéreo global e regionalmente, desencadeadas por mudanças estruturais de acionistas e desafios da Covid-19. O negócio é positivo para a Gol, então reiteramos nossa compra em uma de nossas preferências no setor de aviação”.

    O papel encerrou a sessão desta quarta-feira a R$ 12,94, baixa de 1,67%.

    Arbetman, por sua vez, declara que haverá uma possível expansão das rotas e adequação das malhas, movimento que pode mitigar alguns custos. “Ou seja, não é o momento para vender os papéis”.

    “Além de existirem questões financeiras e tributárias porque serão duas grandes empresas e os acionistas da holding terão melhores condições para refinanciar passivos”, declarou o especialista.

    Já Fabio Louzada, economista e fundador da escola Eu Me Banco, afirma que, apesar de concordar em esperar os próximos passos da fusão, prefere “sair do setor de turismo e viagens e ir para outros que possuem margens melhores e possam se beneficiar com o cenário atual de taxa de juros”.

    O especialista destaca que os papéis de bancos costumam se segurar “em cenários ruins”. Louzada argumenta ainda que o setor de viagens tem pouca margem e de muito risco, já que são expostos a diversos fatores.

    Movimentos já feitos pelo mercado

    De prontidão, o mercado apresentou um movimento de agrado em relação à fusão, tanto que as ações da Gol subiram quase 2% após o anúncio da operação. Em entrevista à CNN, o consultor financeiro Paulo Bittencourt explicou que o movimento das companhias pode trazer mais rotas aéreas.

    Porém, ele destaca ser uma tendência os papéis da companhia começarem a cair a medida que os dias vão se aproximando do fechamento de capital, marcado para provavelmente o segundo semestre.

    “A fusão aconteceu porque empresas estavam com dificuldade [na pandemia] e tiveram um prejuízo… além disso, o preço do combustível está muito elevado, o que afeta cerca de 30% a 40% dos custos das aéreas”, lembra a analista da CNN Priscila Yazbek. Então, a operação visa dar suporte financeiro para as companhias.

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