Via planeja oferta de pelo menos R$ 1 bi em ações
Em fato relevante, varejista informa que já contratou bancos para operação
A rede de varejo Via informou nesta quinta-feira (31) que contratou bancos para uma “potencial” oferta subsequente de ações.
Em fato relevante ao mercado, a empresa afirma que pretende levantar pelo menos R$ 1 bilhão.
A companhia dona das redes Casas Bahia e Ponto e do banco digital banQi contratou Bradesco BBI, BTG Pactual, UBS Brasil, Itaú BBA e Santander Brasil para a operação.
O anúncio acontece em meio a sinais de recrudescimento do mercado de capitais no Brasil por meio de uma série de emissões subsequentes de ações, conhecidas como follow-ons, realizadas ou anunciadas nas últimas semanas por empresas que incluem MRV, Tenda, Direcional e BRF.
Os planos também ocorrem em meio a um setor de varejo pressionado no Brasil desde o início do ano. Entre os principais obstáculos do setor estão:
- A explosão da crise que levou a Americanas a um dos maiores processos de recuperação judicial da história;
- O cenário de juros ainda elevados;
- Alto endividamento das famílias brasileiras.
“A potencial oferta terá como objetivo captar recursos para promover a melhora da estrutura de capital da companhia, incluindo o reforço do capital de giro e o investimento em cotas subordinadas da operação de Fidc da carteira de crediário”, afirmou a Via no fato relevante.
Há três semanas, a Via anunciou novo prejuízo trimestral, de quase meio bilhão de reais, e um novo plano de negócios que inclui redução de até R$ 1 bilhão em estoques neste ano e alteração na forma de captação para financiar o crediário que passarará a ser feito via Fidcs, ou fundos de investimento em direitos creditórios.
No contexto do follow-on, a Via afirmou que os acionistas “de referência”, os fundos Goldentree e Twinsf e o empresário Michael Klein, da família fundadora das Casas Bahia, “manifestaram a intenção de exercer os respectivos direitos de prioridade na potencial oferta”.