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Galípolo: Brasil depender pouco dos EUA foi visto como proteção a tarifaço

Presidente do BC participou de encontro da Associação Comercial de São Paulo, na capital paulista

Da CNN, em São Paulo
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O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse em evento na capital paulista nesta segunda-feira (11) que a baixa dependência comercial dos Estados Unidos foi observada como uma proteção ao Brasil contra as tarifas impostas por Donald Trump em 2 de abril. Naquele momento as taxas ao país eram de 10%.

Galípolo narrou o processo em que uma série de países, após as tarifas do primeiro governo de Trump, passaram a exportar mais para os Estados Unidos e a depender do seu mercado consumidor — sendo o México um dos principais exemplos. Não foi o caso do Brasil, segundo o presidente do BC.

“Aquilo que era visto como uma desvantagem passou a ser visto como uma proteção”, disse Galípolo em referência às percepções do mercado no momento em que Trump impôs tarifas recíprocas a uma série de países.

Atualmente, contudo, com as tarifas de 50% impostas ao Brasil, as percepções já se alteraram. Hoje, segundo o presidente do BC, o QPC (Questionário Pré-Copom) traz três leituras sobre os impactos que as tarifas podem levar à economia brasileira.

A primeira seria de que a restrição à exportação poderia gerar aumento da oferta interna de alguns itens e reduzir preços, de maneira temporária.

A segunda é de que, num cenário de escalada das tensões, as tarifas poderiam desvalorizar o real ante o dólar e piorar o cenário inflacionário.

Já a terceira diz respeito ao impacto na atividade econômica, com o tarifaço impactando setores, prejudicando suas vendas e até ferindo empregos. Este seria o efeito mais perene na visão dos economistas.

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