Carteira de dividendos: veja ações recomendadas por corretoras para maio

Engie, Banco do Brasil e Petrobras dividem o posto de primeiro lugar entre as sugestões, com cinco indicações

Artur Nicoceli, em São Paulo
Investimentos
CNN Brasil Business reuniu as recomendações de Warren, Órama, Terra, Planner, XP, NuInvest, Santander, BTG Pactual e Ativa  • Foto: Carlos Muza / Unsplash
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A guerra entre a Rússia e a Ucrânia prejudicou o fornecimento de insumos e matérias-primas no exterior. E esse cenário de redução de oferta impulsionou os preços das commodities, puxando para cima o lucro de algumas companhias brasileiras. O movimento contribui na geração de proventos para os acionistas em maio.

Gustavo Pazos, analista do time de research da Warren, afirmou que apesar de o último mês ter protagonizado diversas reduções nas cotações das commodities, principalmente o minério de ferro —por conta da desaceleração econômica na China devido o lockdown— o preço dos materiais básicos continuam bem acima das médias históricas, destacou o especialista.

Já Phil Soares, chefe de análise da Órama, aponta que outros bons pagadores de dividendos são bancos e empresas de energia elétrica. Ele explica que ambos os setores são negócios estáveis e de lucratividade mais previsível, “mesmo em cenários ruins”. “Dessa forma, devem continuar pagando o mesmo patamar dos últimos anos”.

O dividendo é uma parcela do lucro das companhias oferecida aos acionistas que pode ser paga de forma mensal, trimestral ou semestral.

Carteira de dividendos

Para a carteira de dividendos de maio, o CNN Brasil Business reuniu as recomendações de Warren, Órama, Terra, Planner, XP, NuInvest, Santander, BTG Pactual e Ativa.

A Engie, o Banco do Brasil e a Petrobras dividiram o posto de primeiro lugar entre as sugestões, com cinco indicações.

Veja o que especialistas comentaram sobre as companhias mais indicadas:

Engie

Ação: EGIE3

Comentário: Órama

A Engie é uma empresa com foco em geração de energia elétrica, mas também com participações em distribuição e em gás natural. Desde a privatização foi excelente pagadora de dividendos, bem como excelente alocadora de capital, entrando em projetos atípicos com alta taxa de retorno e tendo sucesso consistente.

Além das boas perspectivas associadas às iniciativas recentes no mercado de gás e em eólicas, recomendamos a ação nesta carteira especialmente pelos proventos recorrentes que a companhia paga aos acionistas.

Banco do Brasil

Ação: BBAS3

Comentário: BTG Pactual

O Banco do Brasil cresceu menos que o sistema financeiro nos últimos anos, mas possui uma carteira de crédito mais defensiva, com menor exposição ao crédito sem garantias para pessoas físicas, o que permite o banco estar mais alinhado aos seus pares.

Assumindo que o Banco do Brasil entregue seu guidance de lucro líquido de R$ 24,5 bilhões, a ação está sendo negociada a um P/L (preço sobre lucro - indicador que relaciona o valor de mercado de uma ação com o lucro apresentado de uma empresa) muito baixo em 2022.

E apesar do risco eleitoral inerente devido à sua natureza estatal, acreditamos que as ações agora estão muito baratas para serem ignoradas.

Petrobras

Ação: PETR4

Comentário: NuInvest

Passando por mudanças expressivas em sua gestão desde 2016, com foco na gestão do portfólio e redução do endividamento, a Petrobras vem chamando bastante a atenção do mercado devido à forte geração de caixa e melhora de indicadores de qualidade. Negociando a um valuation atrativo, a cereja do bolo é a enorme distribuição de dividendos esperada para os próximos anos.

Em comparação com pares internacionais, a Petrobras está negociando a múltiplos descontados, parte disso em função dos receios de interferência política em suas atividades. Com uma desalavancagem bem sucedida, boa geração de caixa e preços do petróleo elevados, a Petrobras voltou a pagar bons dividendos em 2021 e a expectativa é ainda melhor daqui para frente.

A tese de investimento da Petrobras se resume nos seguintes pontos: venda de ativos e redução do nível de endividamento; aumento da produção de petróleo entre 2022-2026 conforme apontado em novo plano estratégico; robusta distribuição de proventos nos próximos anos; valuation descontado; e preços internacionais de petróleo bem acima dos US$ 60 por barril.

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