TFFF espera US$ 4 privados para cada dólar de dinheiro público, diz Marina
Ministra do Meio Ambiente disse esperar que países como Reino Unido e Noruega façam aportes no fundo, que financia conservação de florestas tropicais
A Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta terça-feira (4) que o TFFF (Fundo Tropical das Florestas) espera arrecadar US$ 4 de capital privado para cada US$ 1 de capital público.
Durante o PRI in Person 2025, evento internacional sobre investimento responsável e finanças ESG, realizado em São Paulo, Marina Silva explicou que o governo brasileiro vai colocar dinheiro público vindo de capital soberano para dar segurança ao projeto e incentivar empresas privadas a aplicarem dinheiro no fundo, argumentando que não se trata de uma “doação”.
“Tanto o investidor público quanto o privado terão seu recurso de volta. Para os países beneficiários, será um recurso não retornável [que não precisa ser devolvido], pago conforme cada hectare de floresta protegida”, disse a ministra, destacando que o fundo oferece oportunidade de retorno financeiro estável.
O TFFF é voltado para recompensar financeiramente países que preservam suas florestas tropicais.
Na segunda-feira (2), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil estabeleceu como meta a captação de US$ 10 bilhões em investimentos públicos dos países para o TFFF, meta que deve ser atingida até o final de 2026.
O marco de US$ 10 bilhões seria alcançado se alguns países do G20 aderissem ao fundo para remunerar sobretudo países endividados, segundo Haddad em fala durante o evento COP30 Business & Finance Forum, promovido pela Bloomberg, em São Paulo.
Marina Silva afirmou que o Brasil já aportou US$ 1 bilhão no fundo, e que a Indonésia está comprometida a fazer o mesmo gesto.
Em entrevista a jornalistas, a ministra detalhou que os recursos do TFFF serão destinados exclusivamente aos grupos que preservam percentuais de floresta em suas áreas, "diferentemente de mecanismos que remuneram quem desmata para parar de desmatar".
“Toda a lógica até agora é de recursos para os desmatadores pararem de desmatar. E os que protegem? O TFFF é justamente para remunerar aqueles que protegem e prestam serviços para preservar os recursos do planeta”, disse.
A meta do Brasil é zerar o desmatamento até 2030, e reduzir entre 55% e 67% as emissões de CO2 até 2035. O país, disse Marina, já registrou uma queda de 50% no desmatamento da Amazônia em três anos.


