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Acho que juro cairá de maneira consistente e sustentável, diz Haddad

Ministro indicou que Fazenda seguirá atuando no fiscal para permitir queda da Selic; para ele, contudo, patamar do juro não diz respeito somente às preocupações com contas

Danilo Moliterno, da CNN, em São Paulo
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad  • 03/06/2025. REUTERS/Adriano Machado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse durante evento na capital paulista nesta segunda-feira (22) acreditar que as taxas de juros no Brasil vão começar a cair “de maneira consistente e sustentável” em breve.

“Eu acho que o juro vai começar a cair e vai cair de maneira consistente e sustentável. Com os indicadores de inflação que estamos colhendo e o dólar como está, eu acho que as coisas vão melhorar muito a partir do ano que vem”, disse.

Questionado pela mediação do evento, Haddad indicou que a pasta seguirá atuando na política fiscal para permitir a queda da Selic — atualmente em 15% ao ano. Para o ministro, contudo, o elevado patamar do juro no país não diz respeito somente às preocupações com as contas públicas.

“Na minha opinião, o juro no Brasil não se explica só pela questão fiscal. O fiscal é muito importante, mas não é o único”, disse.

Antes, o ministro disse que o arcabouço fiscal precisa de “ajuste” e pediu ajuda ao Congresso Nacional. Ele defendeu a “arquitetura” da regra para contas públicas, mas admitiu necessidade de debater temas no Legislativo.

“Precisamos construir no Congresso Nacional um ambiente que permita compreender que para o arcabouço fiscal funcionar é necessário ajustar algumas regras. Se não, ele não será sustentável no longo prazo”, disse.

Haddad pediu uma nova “rodada de negociação” com o Congresso sobre temas fiscais. O ministro destacou, por exemplo, o fracasso do governo em viabilizar junto ao Legislativo o indexador do FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal) no final do ano passado.

Um projeto com medidas fiscais previa uma mudança na fórmula de cálculo para limitar o aumento dos recursos do fundo à variação da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O valor continuou corrigido pela variação da receita corrente líquida da União, gerando mais gasto.

“Fica muito difícil, quando tem esses problemas, vinculações inadmissíveis, supersalários, emendas, discutir a macroeconomia [...] Nós não precisamos esperar depois da eleição para enfrentar alguns temas, que já estão no Congresso Nacional”, disse.

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