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Amcham: Queda de tarifas tem efeito imediato para competitividade do Brasil

Apesar do anúncio positivo, a entidade comercial ressalta que o momento é de reforçar o diálogo para estender a isenção do tarifaço aos demais setores

Da CNN Brasil
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A retirada da sobretaxa de 40% pelos Estados Unidos aos produtos agrícolas vendidos pelo Brasil terá efeito "imediato" sobre a competitividade das empresas domésticas, e sinaliza um "resultado concreto" das negociações entre os países, avalia a Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), em nota publicada nesta quinta-feira (20).

"A medida representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral, com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas e sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países", informou.

Apesar do anúncio positivo, que incorpora café, carne, frutas, entre outros produtos, a entidade comercial ressalta que o momento é de reforçar o diálogo entre Brasil e EUA para estender a isenção do tarifaço para os demais setores, "com destaque para bens industriais".

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou ordem executiva nesta quinta-feira (20) que determina a remoção das tarifas de 40% impostas sobre a importação de determinados produtos agrícolas brasileiros, com efeito retroativo ao dia 13 de novembro.

Dentre os produtos citados em anexo, estão inclusos café, carne bovina, petróleo, frutas e peças de aeronaves, produtos dentre os mais exportados pelo Brasil aos norte-americanos, que agora não sofrerão mais sobretaxas impostas desde o início do tarifaço.

A ordem exigirá o reembolso dos impostos cobrados sobre importações brasileiras a partir desta data, de acordo com texto divulgado pela Casa Branca. A decisão alinha a vigência com a decisão da última sexta-feira (14), que reduzia as tarifas "recíprocas" sobre importações agrícolas para todos os parceiros comerciais.

Para os produtos brasileiros, esta taxa era de 10%.

A ação reverte o decreto de 30 de julho, que citava "emergência nacional" em razão das políticas e ações "incomuns" e "extraordinárias" do governo brasileiro que, segundo o republicano, prejudicavam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA e a política externa e a economia do país, de modo geral para justificar cobrança de sobretaxas.

O comunicado assinado por Trump também cita conversa por telefone com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 6 de outubro, na qual os líderes teriam concordado em negociar as tarifas citadas.

O republicano afirma que "recomendações adicionais" da equipe do governo norte-americano, o avanço nas negociações com os brasileiros e a demanda interna levaram à remoção das cobranças.

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