Análise: Trabalhadores de app podem ganhar mais que funcionário registrado
Profissionais de plataformas digitais ganham 4% a mais, porém fazem jornadas mais longas e só 35,9% contribuem para a Previdência; análise é de Fernando Nakagawa no CNN 360°
Uma nova pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que os trabalhadores por aplicativo conseguiram uma renda mensal superior à média dos demais trabalhadores do setor privado no Brasil em 2023. No entanto, este resultado está atrelado a jornadas de trabalho consideravelmente mais extensas. A análise é de Fernando Nakagawa, no CNN 360º.
A renda média nas plataformas digitais é de R$ 2.996, valor 4% superior à média dos demais trabalhadores ocupados. Especialistas em mercado de trabalho apontam que a formação educacional no Brasil tem sido insuficiente para garantir uma inserção qualificada no mundo do trabalho tradicional, levando muitos profissionais a buscarem alternativas na economia dos aplicativos.
"De acordo com os dados, cerca de 1,7 milhão de pessoas atuavam em plataformas digitais no fim do ano passado, representando 1,9% da população ocupada - um aumento significativo em relação aos 1,5% registrados em 2022", diz Nakagawa.
Perfil dos trabalhadores
A maior parte dos trabalhadores está concentrada no setor de transporte por aplicativo, seja com veículos ou motocicletas. Além disso, 485 mil pessoas realizam entregas utilizando motos ou bicicletas, e aproximadamente 300 mil atuam em serviços profissionais diversos, como encanadores, bombeiros hidráulicos e pintores.
O levantamento indica que 84% dos profissionais cadastrados em plataformas são homens, com quase 40% na faixa etária entre 25 e 39 anos. Um dado relevante mostra que 59% possuem ensino médio completo ou superior incompleto.
"Um dado preocupante revela que apenas 35,9% dos profissionais de aplicativo contribuem para a Previdência Social, enquanto no mercado formal este índice ultrapassa 80%", diz o analista de Economia da CNN.
