Associação calcula perda de US$ 500 mi com suspensão de envios de carne à China
Valor é considerável, mas menor que prejuízo de mais de US$ 1 bi com suspensão de três meses anunciada em 2021; país asiático é destino de 57% das exportações da proteína brasileira
A suspensão de exportações de carne para a China pode causar prejuízo de US$ 500 milhões ao setor, calcula a Associação de Exportadores Brasileiros (AEB). A previsão da entidade considera que a interrupção dure um mês.
O valor é considerável, mas bem menor do que o prejuízo de mais de US$ 1 bilhão com a suspensão das exportações durante mais de três meses, entre setembro e dezembro de 2021.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo), em 2022, exportações para a China tiveram receita de quase US$ 8 bilhões. Isso significa mais de 60% da receita total de exportações para o setor.

O país asiático é o principal destino dos envios da proteína animal brasileira, absorvendo 57% da produção. Em segundo lugar, vem os Estados Unidos, com 9,4%. O Brasil exporta carne a 102 países.
Em entrevista para a analista de economia da CNN Thais Herédia, José Augusto de Castro, presidente da AEB, disse nesta quinta-feira que a interrupção deverá ser resolvido em abril. Para ele, um mês é suficiente e necessário para que tudo seja esclarecido e todas as negociações sejam feitas.
Isso pode afetar preços no Brasil?
Esse cenário também levanta questionamentos sobre a possibilidade de mudanças nos preços internos da proteína, já que a oferta pode ser direcionada aos consumidores brasileiros.
A resposta, porém, é "não necessariamente". Isso porque, além de o país ter a possibilidade de redistribuir a oferta, o pecuarista pode optar por manter o gado um pouco mais no pasto, considerando que ainda não chegou o inverno, segundo Andre Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
*Publicado por Ligia Tuon / com informações de Thais Herédia


