Brasil abre 232 mil vagas de emprego em agosto, mostra Caged

Os cinco principais grupos de trabalho registraram saldo positivo no período

Cristiane Noberto, da CNN, Brasília
Carteira de trabalho
Segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, o contingente de pessoas ocupadas bateu novo recorde na série histórica, iniciada em 2012  • Foto: Tony Winston/Agência Brasília
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A abertura de vagas formais de emprego no Brasil acelerou para 232 mil em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em julho, o número havia sido de 188 mil postos formais.

O resultado de agosto é a diferença de 2,23 milhões de admissões contra 1,99 milhão de demissões.

No acumulado do ano, o resultado ficou positivo em 1,72 milhão de postos de trabalho, enquanto nos últimos 12 meses (de setembro de 2023 a agosto de 2024) o valor soma 1,79 milhão.

O resultado de agosto veio 19,1% maior que no mesmo mês do ano passado, quando o saldo ficou positivo em 219 mil vagas com carteira assinada.

Os cinco principais grupos de trabalho registraram saldo positivo em agosto. A fila foi puxada com folga pelo setor de serviços, com 118 mil postos, seguido por indústria (51,6 mil) e comércio (47,7 mil). Construção e agropecuária fecham a lista, com a criação de 13,3 mil e 1,4 mil, respectivamente.

Em agosto, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.156,86, uma redução de R$ 7,54 (0,3%) em relação a julho.

Já na comparação com agosto do ano passado, o ganho real foi de R$ 37,47, registrando alta de 1,8%.

O ministro em exercício, Chico Macena, criticou o movimento de aumento de juros pelo Banco Central, que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), aumentou a Selica para 10,75% ao ano.

“Apesar do BC, aquele povo ensimesmado que trabalha, na nossa opinião, numa perspectiva contrária ao crescimento do país, aumentando o custo da dívida pública, desincentivando o investimento na indústria e na economia”, disse ao comentar os dados de agosto.

“O emprego continua crescendo no país, a atividade econômica continua crescendo no país, nós continuaremos trabalhando, numa política de investimento em todos os setores, porque nós acreditamos que esse é um movimento virtuoso possível para levar a um melhor desenvolvimento e renda”, frisou.

Macena ainda afirmou que o governo está “sempre atento aos movimentos do BC” e, principalmente, com relação ao que falam os agentes de mercado, “que apontam o emprego o aumento da renda como um fator que pressiona o consumo e inflação e esquece outros fatores como o aumento dos juros que trazem impactos relevantes para a dívida pública e o cumprimento da meta fiscal”.

Rio Grande do Sul

Em agosto, o Rio Grande do Sul registrou novamente saldo positivo de aberturas de vagas em agosto de 2024, após a calamidade pública provocada pelas fortes chuvas que afetaram o estado em maio.

Ao todo, 10.413 vagas foram abertas no mês, consolidando a retomada iniciada em julho, quando 6.682 pessoas foram contratadas formalmente.

Em maio e junho, o estado somou 30.519 em perda de vagas. Chico Macena afirmou que, pelo bom desempenho, o RS já “quase recuperou todas as vagas perdidas”.

Ainda de acordo com os dados, 344 municípios do estado registraram saldo positivo, enquanto 153 ainda não conseguiram se recuperar.

Caged x Pnad

A metodologia utilizada para o cálculo do Caged considera apenas os trabalhadores com carteira assinada e não inclui os informais.

Os dados do Caged são informados por empresas do setor privado, enquanto a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é feita por meio de uma pesquisa domiciliar, na qual também é contabilizada os trabalhadores informais.

Assim, não é possível comparar os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego com os números de emprego que constam na Pnad.

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