CNN Brasil Money

Com Trump, brasileiros precisam esperar o dobro para emitir visto americano

Uma das explicações é a “corrida por vistos” enquanto ainda não vale a cobrança adicional de US$ 250 prometida pelo presidente norte-americano

Danilo Moliterno, da CNN Brasil
Compartilhar matéria

O tempo de espera médio para emitir visto americano em consulados brasileiros atingiu 57 dias em outubro de 2025 — mais que o dobro daquele registrado no mesmo mês de 2024. O levantamento é da Viva América, empresa de assessoria imigratória para os Estados Unidos.

Segundo a consultoria, a demora pode ser explicada, por exemplo, pelo acúmulo de solicitações de viajantes que tentam se antecipar para evitar a nova Visa Integrity Fee. A medida prometida pelo presidente norte-americano, Donald Trump, vai cobrar valor adicional de US$ 250 em vistos de turismo, estudo, intercâmbio e trabalho temporário.

Ainda não há uma data para a medida começar a valer, enquanto a U.S Travel Association tenta evitar a cobrança adicional em lobby junto ao congresso americano. Na cotação atual, os brasileiros precisariam desembolsar R$ 1.360 extras para a emissão.

Também explica o aumento no tempo de espera a demanda por viagens de férias, com a aproximação da alta temporada de fim de ano.

Dentre os consulados brasileiros, a fila mais longa está em São Paulo, com espera até 16 de dezembro de 2025 — ou seja, 70 dias. Em seguida aparecem Porto Alegre (63 dias), Brasília (60), Recife (57) e, por último, Rio de Janeiro (35).

Queda no número de emissões

Como mostrou a CNN Brasil, a emissão de vistos pela Embaixada e consulados dos Estados Unidos para brasileiros caiu 25% nos primeiros 5 meses do governo de Donald Trump. As informações estão em levantamento da AG Immigration, escritório de advocacia imigratória com sede em Washington.

De janeiro a maio deste ano foram emitidos 356,9 mil vistos, frente 480,8 mil registrados nos mesmos meses do ano passado. Foram considerados os vistos B1/B2, para turismo e negócios — que correspondem à maior parte dos pedidos.

Não é possível cravar se a queda se deve a menor procura por vistos ou a alta na rejeição dos pedidos. No ano passado, a taxa de recusa para vistos B1/B2 foi de 15%. Os dados de 2025 serão divulgados pelos Estados Unidos ao final do ano fiscal, que se encerra em outubro.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais