Comércio online entre países deve movimentar US$ 7,4 trilhões até 2025, aponta pesquisa
Pandemia, câmbio e busca de produtos mais baratos impulsionam compra de produtos estrangeiros pela internet
O comércio online entre países deve movimentar US$ 7,4 trilhões até 2025, segundo a análise do Global E-commerce Forecast 2022, do eMarketer, em parceria com o PayPal, que ouviu 18 mil pessoas em 18 nações.
De acordo com o levantamento, quase 60% dos consumidores mundiais ouvidos na pesquisa afirmaram comprar de forma online itens em outros países.
As categorias mais procuradas por consumidores que compram em sites estrangeiros são: vestuário e acessórios (39%), seguida por cosméticos e produtos de beleza (19%), eletrônicos (17%) e brinquedos e hobbies (16%).
O levantamento aponta que o principal motivo para compras internacionais é o preço, sendo essa a prioridade de quase metade dos compradores.
Essa tendência, segundo o estudo, favorece mercados como o brasileiro, devido à desvalorização do real perante outras moedas. Atualmente, o real é a vigésima mais forte no ranking internacional de moedas.
“A desvalorização do Real deixa os produtos brasileiros mais competitivos lá fora, especialmente em países com moeda mais forte. Além da qualidade e o design dos produtos brasileiros, os atributos sociais e ambientais dos negócios”, disse Caio Costa, Head de Parcerias do PayPal para a América Latina.
Além da questão cambial, a pandemia de Covid-19 também foi responsável por fomentar o comércio entre países. Com o isolamento social e a necessidade das vendas online, as empresas adotaram sistemas de e-commerce mais modernos, aponta o estudo.
A pesquisa também indica que as populações de Singapura (79%), Hong Kong (77%), Espanha (76%) e Itália (75%) são os que mais compram produtos em outros países. Já os japoneses são os que menos consumem de outras nações, com apenas 31%.
Por fim, os dados analisados pela PayPal trazem que quase metade das compras online internacionais são feitas por cartão de crédito. Outras 20% são por meio de boleto bancário.
Consumidor deve ficar atento
Mesmo com os preços mais acessíveis, os consumidores precisam ficar atentos com os produtos comprados no exterior. De acordo com o Daniel Blanck, advogado especialista em direito do consumidor, toda vez que fizer compras, é necessário declarar os bens que foram adquiridos.
Segundo ele, isso faz com que o governo tenha um controle maior sobre o que entra no país e, caso não declarado, uma multa é imposta no produto obtido.
Para ele, é importante o consumidor se informar sobre as taxas, impostos e frete para calcular se vale a pena seguir com a compra.
O especialista também ressalta que é preciso ficar atendo ao Imposto de Importação, um tributo alfandegário brasileiro que pode ter uma incidência de até 60% do valor do produto comprado mais o frete, o que pode ser um divisor de águas para quem deseja adquirir alguma mercadoria originária de outro país.
“Depende muito se vale ou não a pena continuar realizando as compras por conta dos impostos, pois existem produtos e épocas. Só não é taxado se a mercadoria tiver preço menor que $50. Quando você entra em um mercado sem fronteiras como o e-commerce, qualquer pessoa pode ser um comerciante. Quando você traz mais vendedores para o mercado, você os obriga a baixarem o preço. Apesar disso, o e-commerce trouxe uma nova educação de compras no mundo inteiro e foi um grande acelerador para as pessoas”, conta.