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Correios detalham plano de reestruturação financeira nesta segunda (29)

Em coletiva de imprensa, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, irá detalhar o empréstimo bilionário pedido pela estatal e a reabertura do programa de demissões voluntárias

Gabriel Garcia, da CNN Brasil, em Brasília
Agência dos Correios
Agência dos Correios  • Divulgação/Correios
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O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, concede nesta segunda-feira (29) uma coletiva de imprensa para detalhar as medidas do plano de reestruturação 2025–2027 da estatal, que enfrenta uma crise financeira bilionária.

Entre as iniciativas que serão comentadas pelo presidente, considerada decisiva para a estabilização das finanças da empresa, está a assinatura, na última sexta-feira (26), de um contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões, concedido por um grupo de cinco bancos.

O financiamento conta com garantia do Tesouro Nacional. Na prática, isso significa que, caso a estatal não consiga honrar a dívida, a União assume a responsabilidade pelo pagamento.

A garantia reduz o risco da operação para as instituições financeiras, o que tende a permitir juros menores e condições mais favoráveis.

Durante a coletiva, a diretoria executiva dos Correios também apresentará os resultados dos estudos conduzidos desde setembro sobre a venda de imóveis ociosos, a reabertura do programa de demissão voluntária, o reequilíbrio do plano de saúde e a renegociação de passivos judiciais.

A estratégia prevê foco na redução de despesas e no aumento de receitas, como parte do esforço para recuperar o equilíbrio financeiro da empresa.

Rombo nos Correios

Entre janeiro e setembro, os Correios tiveram prejuízo de R$ 6 bilhões -- quase triplicando o desempenho negativo registrado no mesmo período do ano passado, que ficou em R$ 2,1 bilhão.

A empresa postal enfrenta queda de receitas, mas suas despesas também continuam subindo e críticos das últimas gestões afirmam que elas têm sido lentas em fazer os ajustes necessários.

No início do ano, foi anunciado um plano para vender imóveis e abrir um programa de demissões voluntárias, bem como o lançamento de um marketplace com a Infracommerce, mas as medidas são frequentemente vistas como insuficientes para virar o jogo e colocar os Correios no azul novamente.

Um dos destaques foi um prédio em Salvador, colocado à venda com lance inicial de R$ 109 milhões e valor máximo estimado em R$ 145 milhões.

Já o marketplace da estatal conta com um portfólio de mais de 500 mil itens.

Diante dos sucessivos desgastes, os Correios também anunciaram em maio um plano para reduzir despesas, com previsão de economia de R$ 1,5 bilhão já em 2025.

Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou o comando da estatal. O advogado Fabiano Silva, articulador do Grupo Prerrogativas, foi substituído pelo economista Emmanoel Rondon, servidor de carreira do BB.

 

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