Economia americana deve diminuir neste e no próximo tri, diz especialista
CEO da ActivTrades Europe aponta riscos de recessão nos Estados Unidos devido à guerra comercial e políticas tarifárias de Donald Trump
A economia dos Estados Unidos pode enfrentar uma desaceleração nos próximos trimestres, segundo Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe.
Em entrevista ao CNN money, o especialista comentou sobre os riscos de recessão no país devido ao atual cenário econômico e à guerra comercial desencadeada pelas medidas tarifárias de Donald Trump.
Evangelista destacou que a administração americana tem adotado um comportamento errático em relação às políticas comerciais, gerando incertezas tanto na economia real quanto nos mercados financeiros.
“Toda esta incerteza não é positiva e começa a gerar alguma ansiedade e alguma apreensão”, afirmou.
Sinais de possível recessão
O analista apontou que já começam a surgir sinais de uma possível recessão no horizonte.
“Começamos a ver alguns sinais de que poderá estar para vir uma recessão. Nos mercados, nós tendemos a olhar muito para o futuro e costumamos fazer projeções”, explicou Evangelista.
Segundo ele, algumas projeções importantes indicam uma diminuição na expectativa de crescimento da economia americana para este trimestre e o próximo.
O possível impacto das tarifas e da política comercial protecionista já estaria sendo precificado nas expectativas dos analistas para o desempenho econômico dos Estados Unidos.
Impacto global
Evangelista ressaltou que uma recessão nos Estados Unidos teria impactos globais significativos.
“Sempre se disse que quando a economia dos Estados Unidos não está bem, o resto do mundo também não vai estar bem“, observou.
No entanto, o analista mencionou que o panorama na Europa mudou nas últimas semanas, em parte como reação à política econômica e gestão geopolítica da administração Trump.
Há perspectivas de um crescimento no investimento na indústria de defesa e um possível relaxamento das regras fiscais da zona euro.
O CEO da ActivTrades Europe apresentou dois cenários possíveis: um positivo, no qual Europa e China compensariam o abrandamento dos Estados Unidos através de políticas de estímulo; e um negativo, em que o abrandamento americano afetaria a economia global.
Evangelista concluiu ressaltando a incerteza do momento atual: “Estamos todos um bocado limitados por esta incerteza, até porque não sabemos o que Trump vai dizer hoje ou amanhã, e isso pode mais uma vez dar a volta às coisas”.
